domingo, 26 de fevereiro de 2012

* A revolta do Oscar *

Enquanto estava no facebook (como a maioria de minhas madrugadas de insônia) me deparei com  publicações de alguns amigos e conhecidos em que demonstravam a sua revolta por Carlinhos Brown não ter levado o Oscar.

No meio de toda essa revolta,  li vários argumentos para lá de interessantes como, por exemplo: “hollywood é uma fraude”, “vamos boicotar o cinema americano” e até mesmo alguns xingamentos.

Claro que toda essa insatisfação me fez pensar como o brasileiro é ridículo, porque quase não vejo ninguém falar da qualidade musical do baiano, Carlinhos Brown, mas foi ele perder o Oscar para que o cantor conquistasse em questão de segundos uma legião de fãs.

Cheguei até a ter uma leve divergência de pensamento com algumas pessoas por questionar exatamente isso, não é preciso boicotar o cinema americano porque Brown não levou a estatueta. O cinema americano, ainda é o que tem as melhores produção e direção. Assim como Carlinhos Brown consegue representar de maneira fantástica a sua musicalidade e a cultura do Brasil, na canção do filme Rio.

Hoje, o perfil americano, a todo o momento foi criticado. A escolha do Oscar de “Melhor Canção Original” foi dada a uma canção tipicamente americana, o que por sinal já era de se esperar e que tem em seu perfil, a aceitação de muitos brasileiros na hora de consumo de música estrangeira. Mas o interessante de tudo, é que foi preciso Carlinhos Brown e Sergio Mendes não levar a estatueta para existir toda essa revolta e o discurso de que o perfil americano é copiado e eu pergunto: desde quando isso é novidade? Muitos brasileiros só aceitam determinada modinha, porque nos Estados Unidos é febre, ou seja, vivemos em uma sociedade totalmente americanizada que depende de uma estatueta para comprovar o reconhecimento de um trabalho de um artista multifacetado.

Carlinhos Brown consegue superar a expectativa de qualquer cidadão, ele como poucos leva a musicalidade, alegria e originalidade da Bahia e do Brasil, para muitas pessoas, carnavais, cidades, estados e países. Ele ultrapassa qualquer perfil estabelecido do que é ser um artista completo. E se sua canção esteve presente no filme Rio, já prova que para os americanos o representante da qualidade da nossa música fica por conta da dupla Brown e Mendes.

Não podemos esquecer que Sergio Mendes, que é parceiro de Brown na canção em questão, só foi reconhecido por muitos jovens brasileiros quando regravou a música “mais que nada” com o grupo “Black Eyed Peas”. O brasileiro, por sua vez, já tem mais de 40 álbuns gravados e iniciou a sua carreira na década de 60 tocando jazz e bossa nova, em bares, na cidade do Rio de Janeiro.

A música brasileira e baiana consegue ultrapassar qualquer Oscar. Temos os melhores e maiores artistas do mundo, porque eles conseguem expressar a beleza da nossa cultura em suas letras, melodias, notas e interpretações de seu cantar, sem precisar de muitos efeitos visuais em seus shows e palcos da vida. E Brown consegue transmitir essa realidade. Os seus ensaios de verão, titulado Sarau do Brown, faz sucesso, não porque teve a indicação ao Oscar, mas por conseguir reunir o melhor da nossa cultura, arte, poesia, música e paisagem em um só local e momento.

Não precisamos do Oscar para valorizar o que a nossa Terra produz de melhor e muito menos para reconhecer o talento de outras nacionalidades. Brown é sucesso por ser um artista verdadeiramente completo que ultrapassa qualquer referência de qualidade e inteligência. Sou apaixonada por seu trabalho e fiquei imensamente feliz por ele representar o nosso país, porque figura mais brasileira não há.

Brown é alegria, é sucesso, é talento, é autenticidade, é um lindo artista em forma da melhor melodia, dentro da melhor canção e voz. Confesso que gosto muito mais da música “Ararinha” do que “Real in Rio”, o importante é que o Oscar chamou atenção para que os brasileiros comecem a valorizar, cada vez mais, o talento de nossa terra e repense melhor quando um programa de TV escolher entrevistar Carlinhos Brown, falo isso, porque quando fui gravar com ele, escutei de algumas pessoas frases do tipo “Brown é coisa do passado, você deveria ter gravado com mulheres bonitas”, mas riqueza de pensamento não se compara a qualquer corpo sarado de uma mulher. E é exatamente por isso que finalizo com o vídeo dele da sua entrevista ao programa Cereja Club:


sábado, 25 de fevereiro de 2012

* Existe a polêmica ou é você que não aceita o seu desejo? *

Depois de dias de verão badalados, nada como um programinha light para relaxar e recuperar o fôlego para mudar de estação. E como todo período de transição, é natural os questionamentos (em rodas de amigos) sobre alguns assuntos.  A bola da vez são as pontuações que a psicanalista e escritora Regina Navarro faz na sua rede social.

Tudo começou quando um amigo comentou que conhecia o trabalho da psicanalista, através de um amigo dele que estava a fim de inovar em seu relacionamento e que, por sua vez, tinha como apoio as teorias da escritora de relacionamento amoroso e sexual.

É incrível que independente da opção sexual e da geração, algumas pontuações de Regina causam um pouco de polêmica, e com isso, vivo me questionando: qual o problema dos temas utilizados por ela no facebook? Confesso que desde a primeira vez que a vi, simplesmente me identifiquei muito com as suas observações, porque existem casos de homens e mulheres que já tiveram vontade de fazer um ménage à trois, de sair com uma mulher e deixar ela pagar a conta do motel, de viver uma relação bissexual, de freqüentar uma casa de swing, de ter um fuck friend, de trair e/ou de ser traído.

O maior motivo para ter virado fã dos seus textos, simplesmente é que vejo em Regina, a defesa verdadeira da liberdade. Realmente é preciso existir a liberdade de pensamento, de preconceitos, de paradigmas e de perfis de relacionamento para poder se permitir experimentar dos desejos e das loucuras de inovar e apimentar uma relação.

E é exatamente por isso que precisamos viver a liberdade. É necessário fazer das nossas relações o que bem entendemos e acreditamos ser o melhor. Sem medo de ousar e sem se preocupar com o julgamento de muitos que acreditam que isso tudo não passa de libertinagem.

Quem disse que em todo relacionamento existe um manual escrito e que deve ser seguido ao pé da letra? Cada caso é um. A vida de Mariazinha não vai ser igual à de João, que por sua vez, também não ver ser igual à de Aninha e que jamais será igual a minha ou a sua. São situações, relacionamentos, pessoas e envolvimentos diferentes. E só os envolvidos podem e sabem o que dizer e fazer nas horas exatas.

Sou a favor de que você crie as regras de seu relacionamento, mas é claro, sem esconder que tudo é feito porque você acredita que é o melhor para a sua vida. E quando utilizo o termo esconder, não é só da sociedade, porque ninguém é obrigado a saber das suas escolhas, mas é de você mesmo, não se deve JAMAIS renunciar a sua verdade e a você por simplesmente ser de contra a padrões estabelecidos por alguém que nem sabemos quem foi e que nem se quer vimos nascer.

Se você tem vontade de ter uma relação apenas porque o sexo é bom, de se envolver com o sexo oposto e/ou igual por modismo ou não, de ter uma relação de interesse, de amar duas pessoas ao mesmo tempo, de viver um relacionamento sem dramas, sem ciúmes exagerados e coisas do tipo, então vá fundo. Chega de seguir modelos pré-estabelecidos. Viva a liberdade de escolher o que você acredita ser essencial para você, faça de algumas palavras de Regina Navarro a inspiração para fazer o texto prático de sua vida.  

Finalizo com o primeiro link da melhor entrevista de Regina Navarro (na minha concepção), no programa Roda Viva. Quem se interessar os demais links estão disponíveis no youtube: