Há
alguns dias estive na livraria cultura da cidade de São Paulo, e quando cheguei
ao local fui “obrigada” a passar
pelos livros mais vendidos. O que encontrei por lá? Muitos autores, de
diferentes culturas, sexos e mundos, mas todos falando uma mesma linguagem: a
infelicidade.
Observo
que cada vez mais vivemos em uma busca desesperada e eterna pela felicidade. E
o que é ser feliz? Não consigo achar uma denominação exata do que seria ser
feliz para a humanidade, afinal para uns a felicidade está associada a
comprar/ganhar um carro, emprego, casa, dinheiro, saúde e muitos outros
aspectos, porém o que mais prevalece é o de se conquistar a paz de espírito via
o amor.
Enquanto
estive na livraria, e li alguns trechos dos livros lançados, vi que todos giram
em torno da receita de sair da infelicidade e encontrar a felicidade, além de
qual caminho deve ser perseguido. Confesso que me senti desmotivada, porque esse
é o reflexo da nossa sociedade que está cada vez mais frustrada, alienada e
ansiosa por obter resultados tangíveis do que é ser feliz.
É
enlouquecedor olhar para o lado e ver como as pessoas paralisam a vida quando
tudo não sai a contento. É irritante viver esperando sempre mais e mais do
outro, porque no fundo não estamos concentrados no EU e sim no nosso EU
refletido em um espelho representado por uma multidão.
Parece
que temos a obrigação de viver sempre bem, de estar sempre “sorrindo e achando tudo lindo”, porque isso que é ser feliz.
Acabamos vivendo sempre em função do outro, nos anulando cada vez mais, e
esquecendo que todos nós temos uma voz interior que diz qual é o caminho que
fará bem a nossa alma. Não sei se esse caminho nos leva a felicidade, mas que
nos permite viver em paz e acreditando que o “Hoje é melhor que ontem. E o amanhã será melhor que hoje”.
Freud já dizia que “a vida do indivíduo é a busca constante pela realização da satisfação
do prazer”, mas esquecemos que o prazer não é eterno, ele dura apenas
alguns segundos maravilhando a nossa alma e fazendo com que a gente se sinta
vivo. A felicidade não é permanente, porque é preciso viver o desprazer para
poder reconhecer o prazer.
Somos diariamente privados de viver a nossa verdade, e sabe por quê? Porque é preciso viver as regras para se sentir inserido e ser aceito em determinado contexto, porém, ninguém deve ir contra o sistema, mas sabe até onde o sistema pode determinar a sua vida, sonhos e desejos. É preciso coragem para assumir a sua voz no meio de tantas vozes. É necessário entender que o “pra sempre, sempre acaba”, já dizia Nando Reis, na canção “segundo o sol”.
* Foto: Reprodução.