domingo, 22 de janeiro de 2012

* A homofobia de uma sociedade *


Há alguns minutos, estava conferindo o facebook da psicanalista, Regina Navarro, não sei se vocês a conhecem, mas simplesmente amo os assuntos que ela escreve. E hoje, não podia ser diferente, ela publicou um texto sobre homofobia que saiu na Folha de São Paulo no dia 13 de janeiro.

O texto em questão é do mestre em direito pela Universidade de Havard, Alexandre Vidal Porto. No artigo, o diplomata e escritor, questiona alguns comportamentos que podem ser sim considerados homofobicos. Para saber mais, é só conferir o texto no link ao lado: http://www.twitlonger.com/show/ffc3ik

Não vou negar que quando li o texto, não me assustei com absolutamente nada e tão pouco com a posição do ator Marcelo Serrado, em não se achar preconceituoso. E por quê? Simplesmente, porque as pessoas acreditam que a homofobia só está presente, entre aqueles que maltratam e/ou espancam os gays.

É incrível como as pessoas se “assustam” e não aceitam as relações gays. Todo mundo sabe que elas existem, mas ninguém quer um gay por perto, ou seja, inseridos em sua família. Mas eu questiono “o que diferencia a relação gay da relação hetero?”, e eu respondo, absolutamente nada, são pessoas em busca de viver experiências amorosas, de ter o prazer de compartilhar momentos de alegrias, tristezas, brigas, sucessos, angústias e amor como qualquer casal.

Sempre existiram gays, então por que essa dificuldade em aceitar essa relação? São pessoas como qualquer um e com os mesmo direitos de um casal hetero. Confesso que não acho nada agradável ver um casal no maior amasso picante no meio da rua, independente de ser gay ou hetero, afinal deve-se existir o respeito ao próximo, e se quer se agarrar, vá para ambientes reservados realizar a sua vontade.

Como disse o texto, realmente existe o rótulo de que gay é aquele que sai na rua vestido de mulher (no caso do homem) ou vestido de homem (no caso da mulher), mas não, gay é aquele que tem interesse por pessoa do mesmo sexo. Necessariamente não precisa ter posturas do sexo oposto, no caso, se for homem deve se comportar que nem uma mulher, agora se for mulher tem a obrigação de se comportar que nem homem. Claro que existem aqueles que apresentam posturas femininas ou masculinas, mas o que não nos permitir generalizar, e achar que todo gay homem é uma mulher, e que todo gay mulher é um homem.

O grande problema é que nós achamos muito bonitinho ver um gay, mas quando essa realidade entra em nossa família, a figura já muda totalmente. E para mim isso é sim homofobia. Fora, os homens que acham que não podem falar com gay, porque simplesmente eles vão dar em cima dele, mas aí eu pergunto: vocês não têm amigas? E todas vão dar em cima de você? Então, é a mesma coisa, não é porque você tem um amigo gay que necessariamente ele vai dar em cima de você.

O engraçado disso tudo, é que o preconceito, ainda é maior quando o casal é gay do sexo masculino, quando se trata de uma relação de lésbica, os homens adoram e acham até normal, não só os homens, como a sociedade. Isso acontece, porque vivemos em uma sociedade machista em que alimenta o fetiche de que duas mulheres é enlouquecedor e dois homens são simplesmente repugnantes.

Certa vez, um coleguinha meu do sexo masculino, me disse que jamais aceitaria um filho gay, e logo questionei: “mas não foi você que disse que tem o fetiche de realizar um ménage a trois com duas mulheres?”, e ele respondeu “mas aí é diferente” e eu pergunto: cadê a diferença? São duas mulheres se pegando, se envolvendo, se beijando e tendo relações sexuais do mesmo jeito. Enfim, a homofobia é muito maior em uma relação masculina do que feminina.

Já me perguntaram “Lorena e se você tivesse um filho e/ou irmão, sobrinho gay o que você faria?” e eu sempre respondo com toda verdade, não faria absolutamente nada, afinal para mim ser gay, é ser normal. Convivo com vários, adoro tê-los em minha vida e não porque são gays e sim porque são pessoas que vivem, choram, gritam, ficam bêbados, sofrem por amor, acreditam no sucesso de sua vida profissional e acima de tudo tem todos os sentimentos como qualquer um de nós. Amo os gays e levanto sim a bandeira do arco-íris, porque sou a favor da liberdade e de que cada um faça da sua vida o que quiser e o que der vontade, sem renunciar a si mesmo.

Não sou gay, mas tenho muita felicidade em ver um gay bem sucedido em sua vida profissional e pessoal nessa sociedade mesquinha e hipócrita, e o melhor de cabeça erguida sem admitir que homofobicos atrapalhem suas vidas. Conheço pessoas homofobicas e que são como o Marcelo Serrado, que sabem que eles existem, mas não os querem por perto. E o que falar delas? Que são pessoas dignas de pena e que não acrescenta em nada a humanidade, afinal, elas não se comportam como humanos e não merecem nem se quer o respeito.

sábado, 21 de janeiro de 2012

* Reencontros. Qual o segredo deles? *

Ano passado, enquanto assisti o especial da Globo, com os baianos: Ivete Sangalo, Gilberto Gil e Caetano Veloso, Ivetinha, fez uma interpretação belíssima de uma das minhas canções preferidas do compositor, Chico Buarque, e que para mim só era interpretada de maneira deslumbrante, pela também baiana, Maria Bethânia.

No momento em que vi Ivete interpretando aquela verdade, em forma de canção, simplesmente me peguei pensando realmente como a letra passa a realidade e que muitas mulheres já viveram essa experiência da música.

Por exemplo, nesse pouco período, escutei histórias de algumas amigas do momento do fim de algum relacionamento (independente se é namoro, casamento, ficação...) e podemos dizer que quase 80% esperam de verdade rever a pessoa amada, quando ela já estiver refeita, mas aí eu pergunto e se ela não estiver? Simplesmente o mundo fica categoria Maysa, ou seja,” meu mundo caiu”.

É difícil perceber que sem você aquela pessoa está passando bem demais, é a mesma coisa que você levar um tiro na cabeça e perder toda a razão, a pessoa fica em estado de choque. E por que isso acontece? Porque simplesmente você ainda é dependente do sentimento, você ainda alimenta, mesmo sem querer, alguma esperança de um futuro e que só é percebido este futuro fracassado e sem realidade, quando se depara com essa felicidade alheia.

Algumas mulheres questionam, mas será que eu não signifiquei nada para ele? Claro que significou, mas o que vai diferenciar você do outro, é que ele realmente foi ser feliz e decidiu passar bem sem você (sozinho ou com uma nova pessoa), afinal, como diz a canção, tantas águas com toda certeza já rolaram, o que não permite que ele fique parado no tempo, pensando como ele te deixou, meu bem.

Depois de todo esse discurso, tenho que dizer, uma coisa é certa, é super normal o nervosismo, a raiva e a vergonha em perceber essa insegurança e confirmar o sentimento. Qual mulher deixou de falar com um ex por simplesmente achar que não estava bem? Isso é normalíssimo, é questão de ego feminino, de não querer demonstrar a fraqueza para ele naquele momento e de recuperar o seu amor próprio para utilizá-lo no próximo encontro do acaso.

Porém, algumas ainda me questionam: “mas se eu não estiver refeita, não devo falar com ele? Devo fingir que não o conheço?”. E eu respondo: acredito que devemos fazer o que faz você se sentir bem, ou seja, se você não se sente segura com a situação e/ou apresentou nervosismo, é melhor realmente não falar, mas não com vergonha de demonstrar a ele que você ainda sente algo e sim por respeitar acima de tudo você e o sentimento que você leva.

Não compensa falar com alguém que representa unicamente algo muito forte para você, simplesmente por falar, não é verdade?! Então, respeite o momento para refletir e ter vontade de morrer de ciúme e de enlouquecer, mas depois, como é de costume, obedeça e vá ser feliz para passar muito bem e poder em um futuro viver o olhar nos olhos e ver como ele não suporta em te ver tão feliz.