quarta-feira, 20 de novembro de 2013

O "corno"



Esses dias estava conversando com uma amiga sobre traição. Quem nunca tomou ou deu aquele corno de leve? Se isso ainda não aconteceu em sua vida, pode esperar, afinal estamos todos fadados a passar por essa situação em algum momento de nossa vida.

Observo que existe uma diferença não da forma de trair, porque quem faz isso, tem o objetivo igual independente do gênero, se é feminino ou masculino, porém o homem e a mulher encaram o famoso “pular a cerca” de maneira variada.

Acredito que é culturalmente mais aceito a mulher ser traída do que o homem. Quando vemos um caso de uma mulher que trai, até nós mulheres falamos “que cachorra” (pra não dizer outra coisa). Já quando quem levou a “gaia” foi à mulher falamos: “é homem né?! Sabe como é...”, mas a real é que estamos falando de seres humanos com desejos e motivos que não são definidos pelo sexo e sim por suas emoções.

Pertencemos a uma herança de sociedade patriarcal, onde o homem deve ser viril e a mulher frágil. Já viu homem chorar? Não pode! E isso reflete não só nas obrigações diárias, mas também na forma de lidar com a traição. 

Vamos combinar que o sexo masculino é muito mais frágil que a mulher quando se trata de traição. Ele fica muito mais chocado e faz aquele drama categoria novela mexicana, mas isso tudo, é lógico, que não é na sua frente, pelo contrário no seu interior, vivendo com aquela angustia de que ele não foi homem suficiente para aquela mulher (Poor Boy!), e muitas vezes transferindo sua dor para a próxima parceira.

Recentemente me deparei com algumas histórias de infidelidade que são pesadinhas, pra não dizer bizarra. E eu pergunto: por que trair? Acho tão mais fácil falar para o outro que não está legal e seguir para outro, mas sabe o motivo disso não ocorrer? Porque vivemos em um mundo em que priorizamos a ideologia ridícula de que não devemos sair do certo para o duvidoso, porém quando decidimos trair, temos os mesmos riscos de deixar o atual para um futuro caso que pode ser momentâneo, além de manchar sua relação com mágoa. 

Quando tomamos a decisão de ser sacana com o outro, não estamos fazendo isso apena com o parceiro, mas também consigo e com todo o contexto que envolve o casal. No momento em que se inicia um relacionamento você vive histórias paralelas não só com o ser amado, mas com a família e amigos deles e criados durante a história construída de vocês.

E é exatamente por ter diferentes tipos de vínculos e pessoas nessa realidade do casal que devemos tomar cuidado com a atitude que tomamos, afinal uma “simples” escapadinha pode gerar um problema e paralisar a vida do outro por muito tempo, isto é, se não for para sempre. E ninguém quer viver com a culpa de ter destruído a vida do outro né?!

Você pode está se perguntando: “Mas o certo não é a gente pensar primeiro em mim, segundo em mim e terceiro em mim?”, e eu respondo: “Lógico! Mas devemos lembrar que algumas atitudes que tomamos pode desestruturar e destruir a vida de uma outra pessoa, que consequentemente trará para você culpa, angustia e conseqüências gravíssimas”.

A vida realmente da gente deve vir em primeiro lugar, mas ninguém quer viver com o sentimento de culpa, e viver é aprender, é se arriscar, é não ser perverso com o próximo, afinal acredito na lei do retorno, e absolutamente nada que fazemos é sem pensar ou sem objetivo.

Antes de trair avalie se é isso mesmo que você quer, e lembre-se: você gostaria que alguém fizesse isso com você? Não! Então não faça o outro de trouxa, porque ninguém quer carregar o título de Miss Chifre do ano.

E se você levou uma galha: Relaxe e goza! Afinal você não é o primeiro e nem o último a passar por isso. Muita gente já passou por isso. Reflita que a fossa pode te livrar de um problema monstro ou te render milhões como aconteceu com o fenômeno musical Adele. 

O que não vale é vestir o chapéu de corno e viver eternamente se lamentando por isso. O passo inicial é exorcizar a figura do ex traidor, porque só assim você conseguirá reconstruir a sua vida. Faça como a canção “Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima!”

*Foto: Reprodução

terça-feira, 19 de novembro de 2013

O meu novo caminhar!


Engraçado que estava aqui pensando que o ano passou rapidíssimo. Meu ano de 2013 foi bastante movimentado. Comecei já fazendo a prova da pós, sendo aprovada, fazendo aniversário no carnaval e me preparando para mudar de cidade logo após tudo isso.

Depois de muitos choros e pensamentos se a decisão tomada seria a certa, comecei a me adaptar a cidade e a entender que São Paulo foi o lugar que escolhi para morar. Ninguém me obrigou a vir para cá, a decisão partiu de mim e todo o processo foi apoiado por meu pai, irmãos e alguns amigos.

A pessoa que melhor entende meu estado de mudança, com toda certeza é o cantor, Caetano Veloso, ele consegue me descrever perfeitamente na música Sampa. Eu me senti super estranha aqui, afinal “É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi” e fui percebendo que "quando eu te encontrei frente a frente não vi o meu rosto. Chamei de mau gosto o que vi. É que Narciso acha feio o que não é espelho. E à mente apavora o que ainda não é mesmo velho."

Hoje vejo que “foste um difícil começo. Afasta o que não conheço, e quem vem de outro sonho feliz de cidade aprende depressa a chamar-te de realidade”, porém essa minha decisão foi uma das mais sábias de minha vida. Eu não imaginava crescer tanto como ser humano. Sem esquecer que foi um divisor de águas, porque eu percebi o que era verdadeiramente doce e salgado na minha vida.

Percebo que esse ano eu cresci muito. Tornei-me uma pessoa mais emotiva, aprendi a me colocar no lugar do outro, a me recolher e curtir um pouco a minha “solidão”, tentei ser mais paciente e calma (algumas pessoas dizem que eu melhorei, outras acham que eu mereço o prêmio Nobel da paz), a ver o que deve ser priorizado, a criar muito mais responsabilidade e ver o quanto é difícil crescer e amadurecer para si e para o mundo.

O mais importante desse tempo foi perceber o quanto minha família reflete em mim, e o quanto eles são essenciais em minha vida, além de saber que eles estão sempre me apoiando e torcendo para que eu viva sempre bem. Sempre desconfiei que meu pai e minha mãe souberam me dar os limites na hora certa. E reconheço que essa minha liberdade de expressão e o saber respeitar o jeito e a escolha do outro, foi uma coisa praticada em minha casa em toda a minha educação.

Lembro que ano passado, quando escrevi o que gostaria para 2013, falei que teria como trilha sonora de vida a canção “deixa a vida me levar, vida leva eu”, e o mais engraçado é que nada em minha vida ocorreu como planejado, bastava eu planejar que o “destino” me fazia ver que eu não tinha controle e que tinha que aprender a curtir mais os momentos, sem me preocupar tanto com o “se”.

Estava relendo o que desejava para 2013 (Em 2013, um de meus desejos é que as pessoas parem de se achar no direito de se meter na minha vida. Sou gente boa, aberta a diálogos, falastrona, mas isso não dá o direito a senhor ninguém em dizer como eu devo ou não me comportar na vida on e offline. Vamos brincar de cada um tomar conta de sua vida, porque assim todos ganhamos mais. #pensamentospara2013e percebi que realmente acabei cortando os laços com pessoas que ficavam ao meu lado só por algum tipo de interesse. 

Recebi várias pedradas e críticas, mas agarrei todas elas, analisando o peso e o que deveria ser levado em consideração ou não. Sei que tem muita gente torcendo a boca pra mim, e o que dizer para essas pessoas? SÓ LAMENTO! Se Deus não agradou a todos, por que eu, uma simples mortal devo agradar?

O engraçado é que essa rejeição partiu de muita gente, porque eu aprendi a dizer “NÃO”, e a não permitir a me falar tudo que achava e a controlar a minha vida, porque quem tem esse dever sou eu, nem meu pai e meus irmãos se metem nas minhas escolhas e decisões, logo, senhor ninguém da rua deve ter essa autonomia.

E aos que tinham liberdade comigo, e não souberam utilizar ela de forma coerente, fiz um belo corte. Sinto falta? Não, nem um pouco. Percebi é que estava sentindo falta de dizer: “ME LARGA. NÃO ENCHE!”, porque aprendi na prática de que “a melodia do meu samba. Põe você no lugar”, afinal o que tinha de gente que “pensa que é a dona. E eu lhe pergunto: QUEM LHE DEU TANTO AXÉ?”, porque se foi eu, aprendi a tirar a melodia e deixar você sem som.

Estou vivendo muito bem afastada dessas situações que não me acrescentavam a nada, e por um lado só impedia o meu desenvolvimento. Eu quero apenas “gozar” como diria Caê. Sobre 2014 não tenho nada a declarar. Sei que será um ano muito melhor, afinal a minha transformação foi esperando o presente de viver uma vida muito mais tranquila, justa, sem muito mimimi e enterrando tudo que não presta.

Que venha 2014 com muito mais luz, vida e sentimentos de verdade para mim! Que a cada dia novo, seja um lindo e abençoado caminhar, sem perder a fé e o foco no que é preciso e devido!


* Fotografia: Lorena Gonzalez


segunda-feira, 11 de novembro de 2013

O que está acontecendo com os homens?


Todo mundo sabe que mulher adora compartilhar suas angustias amorosas com as amigas, e comigo não é diferente. Só essa semana duas amigas ligaram para contar suas lamúrias masculinas.

A cada dia observo que os homens e mulheres vêm mudando seus comportamentos nas relações amorosas. As mulheres estão com mais atitudes e mostrando para que veio, mas parece que diante a toda essa modernidade, os homens vem se descaracterizando e sem saber se comportar para acompanhar as mudanças e evolução feminina.

Os homens estão confundindo liberdade com libertinagem, e ainda vivem em espera de encontrar uma mocinha para abandonar a vida e viver ao lado dele, do super-herói. Eles falam que gostam de mulheres com atitudes, mas no fim eles ainda escolhem as que falam baixinho, se submetem aos desejos deles, as que não discutem e sempre esperam por eles para se sentir feliz na vida amorosa.

Eles ainda não entenderam que a mulher também pode gostar de sexo, ter vontade apenas de ficar com fulaninho porque ele tem pegada e não esperar que ele seja o seu príncipe encantado e que a salve do mundo cruel, porém mesmo com essa postura, as mulheres ainda preferem colocar os pingos nos “is”, são adeptas de um relacionamento aberto onde todos joguem limpo. E é aí que mora o problema, o homem age como se ela fosse única, sendo que na verdade ele sai como um grande idiota fanfarrão, afinal nenhuma mulher coerente cai nessa conversa.

Não é segredo para ninguém que enquanto as pessoas estão em fase de conhecimento, ambas as partes não se fecham um para o outro, mas isso também não abre espaço pra que a pessoa lhe trate apenas como objeto e lhe falte com respeito.

O que observo é que no fundo as relações representam bem a nossa sociedade de consumo, ou seja, eu fico com aquele bem até ele me satisfazer, e quando não der mais desapareço e tomo uma porção mágica para virar "gasparzinho", sem dizer um: “valeu, foi bom, adeus!”.

E essa postura infantil, imatura e desnecessária geralmente parte do homem, não estou sendo feminista, mas eles parecem que estão fazendo isso para se vingar pela emancipação da mulher. Nós estamos mais autônomas e partindo pra cima, expondo nossos desejos e gritando para o universo que também temos vozes e quereres nos relacionamentos. Não somos covardes, se estamos interessadas, partimos pra cima, se não, ligamos e acabamos com tudo independente do tipo da relação.

Não curto mulher que espera o homem definir sua vida e se faz de calma, só pra não perder a chance de ter uns beijos e amassos ou alguém pra dizer de “seu” (sendo que ninguém é propriedade de ninguém não é verdade?!). Se estiver insatisfeita levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima, mesmo que no meio de tudo isso, você corra o risco de levar um belo pé na bunda, mas o importante é que você não estará renunciando a você.

A cada dia que passa vocês (homens) estão mais frouxos e desorientados, com posturas inexplicáveis e que seria muito mais coerente se vocês jogassem as claras. Basta uma mulher ter atitude para encarar que vocês somem e dão o velho “zig” (perdido), desaparecem em questão de segundos, e eu pergunto: “Cadê a masculinidade? Onde se encontra a postura masculina?”.

Homens entendam que estamos mudando, e vocês também precisam mudar e ampliar os horizontes. Não queremos cafajestes, pelo contrário, estamos dispostas a viver relacionamentos sem cobranças, mas que exista a lealdade e a dignidade de dizer que chegou ao fim, mas que foi bacana e eterno enquanto durou.


* Foto: Reprodução.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O rei da balada!

Hoje o assunto foi o “Rei do Camarote”. Não sabe do que se trata? Pois bem, estamos falando de um homem de 39 anos que esbanja sua riqueza na noite paulista. O que tem de anormal nesse vídeo? Tudo e ao mesmo tempo nada.

Gostaria muito de entender por que as pessoas estão fazendo um caos sobre esse acontecido, afinal o que mais vemos nas redes sociais são os exibicionismos de felicidade e riqueza. Ninguém publica uma foto fazendo compras na 25 de março, mas coloca uma foto de um cafezinho no fim da tarde na Oscar Freire, ou seja, será que é só ele que vive ostentando por aí?

Não sei se ele é um personagem criado pelo próprio ou até mesmo pela revista Veja, mas se for, não foge de alguns perfis que vejo nas noitadas desse Brasil. Há muito tempo que observo como existem alguns que compram esses camarotes para atrair os olhares de todos, e se esbaldam na Veuve Clicqout embalados por uma trilha especial e muito “chupisco” (traz a bebida que pisca), e qual o intuito? Ser o rei da balada.

Geralmente esse comportamento é feito pelo público masculino, e por que será? Não sei a resposta concreta (é preciso de uma pesquisa mais profunda), mas acredito que estamos em um processo de mudança de comportamento da nossa sociedade, o papel do homem e da mulher vem se confundindo de diferentes maneiras, e para acompanhar essa transformação, as atitudes são repensadas.

Não estamos mais na era dos casamentos arranjados, mas as mulheres ainda procuram um “bom partido” e como identificá-los no meio da multidão? Através dos que esbanjam e são a riqueza. O que mais vejo é mulher querendo uma vida de luxo e que freqüenta ambientes desse perfil somente para arrumar um marido rico. E eles? Fazem borbulhas na noite para atrair esse tipo comum da Valdirene (personagem da Tatá Werneck na novela ‘Amor à vida’).

O “rei do camarote” nada mais é do que o reflexo de postura que a nossa sociedade geralmente aplaude e pratica. Ele não está sozinho nesse clube, como ele existem vários e que são aceitos, idolatrados e invejados SIM. O duro é ter que concordar quando ele diz: “Quem é que não queria andar com um carro bom, se vestir bem e ta no camarote cheio de mulheres bonitas e atraentes, bebendo das melhores bebidas?”, afinal vivemos em uma sociedade de consumo que acredita que a felicidade está ligada ao status e ao ter.


PS: Para os interessados em entender o que o rei prega é só conferir no vídeo abaixo:





quarta-feira, 28 de agosto de 2013

A trilha sonora da minha vida

Se alguém me perguntasse: “Lorena se você pudesse escolher a trilha sonora para seus relacionamentos futuros. Qual você escolheria?”. Não tenho dúvidas de que seria “mais uma vez”, da banda mineira, Jota Quest.

Essa canção não foi lançada no álbum do MTV ao vivo, e sim no discotecagem pop variada, que chegou ao mercado no ano de 2001, mas ela conquistou as rádios brasileiras no período de trabalho do álbum ao vivo, ou seja, em 2003.

Quando conheci essa canção sempre pensei que ela sim pode ser a trilha sonora da minha vida amorosa, afinal acredito que todos temos uma trilha sonora em nossa mente. Lembro que na época que ela estava um sucesso, eu comentava isso e as pessoas diziam: “você fala isso agora, porque é novinha”, afinal na época eu era adolescente, mas não, passaram-se anos e eu acredito que é sim possível viver isso que a música revela.

Eu vejo que o maior problema dos relacionamentos é que começamos a idealizar e criar expectativas sobre o outro, o que pode ser uma grande besteira e nos levar a loucura, afinal nem sempre o outro está interessado em viver uma “love story” com você ou até mesmo ele não será capaz de corresponder a sua expectativa, porque tem objetivo de vida diferente do seu.

Não precisa dizer que falo isso de maneira racional, eu sei disso, quando gostamos esquecemos tudo isso, e ficamos completamente abobalhados, eu também já fui vítima disso e já provei do doce veneno do escorpião (risos), mas quando percebemos que estamos seguindo nesse caminho, temos o dever de nos brecar e dizer: “Opa! Vamos com calma, porque isso é o que eu quero, e nem sempre o que eu quero é o que o outro quer”.

As coisas vão acontecer da maneira que tiver de acontecer, o importante é encontrar o link do que você quer com o que o outro quer. Sou totalmente a favor da teoria de quem ama cuida, mas esse cuidar não significa controlar a vida e os passos do outro como se você não tivesse nada para fazer, afinal como diz a canção “te tenho com a certeza de que pode ir. Te amo com a certeza de que irá voltar, pra gente ser feliz. Você surgiu e juntos conseguimos ir mais longe.”

O outro precisa se sentir livre, porque ele é livre. Vocês podem ter uma vida juntos, mas independente dessa vida construída, cada um tem a sua vida em particular, e acredito que “você dividiu comigo a sua história e me ajudou a construir a minha. Hoje mais do que nunca somos dois. A NOSSA LIBERDADE É O QUE NOS PRENDE”. O amor ele é sem definições, não podemos definir o que não é definido, é apenas sentido. Ele acontece porque tem que acontecer.

Enquanto a gente não aprender a deixar o outro ir, e acreditar que o tem de ser nosso ninguém tira, nunca vamos entender a essência do que é o amor. Pode-se passar minutos, horas, dias, semanas, meses ou anos, mas se aquela pessoa realmente for a sua soma (porque não acredito que ninguém completa ninguém, e sim que agrega a alguém), ela voltará e viverá uma bela história de amor baseada no sentimento puro.

Precisamos respeitar e deixar que o outro “VIVA TODO O SEU MUNDO. SINTA TODA A LIBERDADE, E QUANDO A HORA CHEGAR, VOLTA...QUE O NOSSO AMOR ESTÁ ACIMA DAS COISAS DESSE MUNDO!”, afinal por mais que não tenhamos como definir em palavras o que é o amor, temos a capacidade de perceber o que é de verdade e o que pode ou não continuar em nossa vida.

E “vai dizer que o tempo não parou naquele momento. Eu espero por você, o tempo que for. Pra ficarmos juntos MAIS UMA VEZ!”, tenha a certeza, que se você já sentiu isso, o que importa é saber que aquele alguém representou muito para você, e mesmo que ele esteja com outra ou vivendo outro momento, ele irá perceber que vocês juntos tem a capacidade de fazer o mundo parar, e tentará ficar junto com você mais uma vez.

O que não vale é se trancar e ficar esperando essa volta. Enquanto isso vá vivendo a sua vida, respeitando e aceitando as mudanças necessárias para a evolução do ser, porque na hora que esse alguém voltar, você estará pronta e muito melhor para construir mais uma história com muito mais liberdade, espontaneidade e amor sincero, sem grandes expectativas e idealizações, aprendendo na prática que o amor é sem definições. E se ele não voltar, significa que não era sincero, logo, vá partindo para outra e tente viver essa verdade MAIS UMA VEZ!


quarta-feira, 15 de maio de 2013

Diário de SP: SAMPA


Estou em São Paulo a pouquíssimo tempo, mas quando cheguei aqui, fui com uma amiga baiana comprar umas T-Shirts na Galeria do Rock, no centro da cidade, e na hora de voltar para casa, pegamos um táxi em que o taxista fez questão de cruzar a Ipiranga com a Avenida São João, no momento dessa passagem, ele comentou sobre a canção que fala sobre esse trecho, e comentei brincando que lógico que conheço a canção, já que foi escrita por meu conterrâneo, Caetano Veloso, um baiano como eu.

Passado esse episódio decidi escutar essa canção novamente, e confesso que fiquei paralisada com a beleza dela, nunca tinha entendido tão bem, como agora, o que essa música representa, não só para Caetano, mas para todos os baianos que decidem abandonar a terra da alegria para viver na terra da garoa.

Dizem que Caetano escreveu essa canção baseada na sua primeira impressão quando chegou à cidade, e que a principio ela parecia feia comparada com o Rio, e que não parecia grande e sim muito provinciana. Engraçado, que eu também tive essa mesma impressão, São Paulo é uma cidade imensa, e que apesar de sua dimensão, ela vive em padrões mais provincianos até do que Salvador.

As pessoas aqui são mais acanhadas, mais contidas, sendo completamente diferente da terra do dendê, onde as pessoas são recebidas com uma intimidade não vista em nenhum lugar do país. Acredito que quando Caetano fala Da deselegância discreta de tuas meninas” ele tinha o intuito de citar esse comportamento mais contido que o paulista tem. Não considero isso uma crítica e sim um lindo elogio, afinal a deselegância se trata ao fato do paulista não ser tão receptivo a conversas como as baianas, e que muitos chegam a dizer que o jeito do baiano pode ser evasivo.

Sempre tive simpatia por São Paulo, mas nunca a considerei bonita, e hoje entendo que essa beleza depende muito do ponto de vista, ela não tem a beleza natural e cultural de História do Brasil que a Bahia tem e respira, mas aqui podemos perceber as suas belezas, até mesmo nos dias mais cinzentos. Não consigo imaginar São Paulo sem seus imensos prédios com lindas estruturas arquitetônicas.

Confesso que “quando eu te encarei frente a frente não vi o meu rosto. Chamei de mau gosto o que vi, de mau gosto, mau gosto. É que Narciso acha feio o que não é espelho. E à mente apavora o que ainda não é mesmo velho”, foi exatamente assim que me senti, parecia que ia ser consumida pela imensidão da cidade, e fiquei esperando aquele sentir leve e espontâneo que a Bahia respira, mas não achei, não consegui sentir a leveza e o ar das bênçãos dos orixás, e lógico que me assustei, afinal o novo assusta muito a gente, inclusive a mim.

E achei o meu começo aqui bastante difícil, cheguei a pensar que não iria me adaptar a essa rotina paulista, fiquei triste, reflexiva e recolhida analisando tudo e todos, mas agora posso dizer que estou me reencontrando, porque entendi que a partir do momento que decidi largar tudo para morar aqui, essa seria a minha realidade, amo ser da Bahia, e tenho total orgulho de pertencer à terra de todos os santos, encantos e axés, mas me permitir conhecer a “poesia concreta de tuas esquinas” está sendo uma experiência sensacional, e por que não intrigante.  

Sei que “foste um difícil começo, afasta o que não conheço. E quem vem de outro sonho FELIZ de CIDADE. Aprende depressa a chamar-te de REALIDADE. Porque és o avesso do avesso do avesso do avesso”, mas foi isso que escolhi para mim e entendi que “da feia fumaça que sobe, apagando as estrelas. Eu vejo surgir teus poetas de campos, espaço”, o céu daqui não tem a beleza do de Salvador, mas também reserva os seus mistérios que podem ser vistos como uma linda paisagem, porque aqui também tem as “tuas oficinas de florestas, teus deuses da chuva”.

Posso dizer que essa é a minha mais nova trilha de vida, ela é quem dá início a o meu novo capítulo de vida aqui. Finalmente entendo perfeitamente o que Caetano disse, e digo mais, só poderia sair de um baiano, e como não me orgulhar por pertencer a essa terra que tem o poder de exportar pessoas com talentos reconhecidos em todo o país?

São Paulo tem muitos nomes importantes da música, mas nenhum conseguiu retratar tão bem a sua beleza e imensidão assustadora como um baiano, ou seja, Caetano Veloso, afinal ele em sua canção prova que até mesmo “os novos baianos passeiam na tua garoa. E novos baianos te podem curtir numa boa”, e de fato, aqui todos estão tão concentrados em si, que quem chega acaba curtindo a imensidão da pluralidade que a cidade tem a lhe oferecer, afinal São Paulo pertence ao mundo, aqui é sim patrimônio público.

Apesar de sua seriedade, São Paulo, é uma cidade que consegue receber a todos, aqui é o local de muitas tribos, culturas e costumes. E não tem como quem vem de outra realidade não se surpreender com a sua amplitude, que a princípio se parece assustadora e feia, mas logo que você vai descobrindo a sua grandiosidade, ela se torna muito bela e interessante.

Hoje digo a você Cateano que de fato “Alguma coisa acontece no meu coração que só quando cruza a Ipiranga e a Avenida São João”. 


segunda-feira, 13 de maio de 2013

Me larga. Não ENCHE!


Quando criança somos educados para nos tornamos alguém do bem, ou seja, somos domesticados a estudar para conseguir um bom emprego, e depois quem sabe casar e ter filhos, o que nos leva a viver em uma eterna rotina.

Alguns se acostumam com essa realidade, outros já querem sempre mais e mais. E eu sempre fui um pouco diferente dessa situação, lógico que amo estudar, não só para me tornar alguém, mas para me sentir bem e saber que meu nome é associado a um trabalho de qualidade por ter conhecimento de minhas ações, porém sei que chega um momento que por mais equilibrado que a pessoa possa ser, ela vai se desestruturar e questionar “será que foi isso que sempre quis para a minha?”.

E é nesse momento que começamos a avaliar o que a vida nos ofereceu até então, e dependendo da sua análise, você pode continuar vivendo dentro desse contexto ou você acaba buscando viver novas experiências. Comigo foi assim, percebi que tinha chegado a um momento que já tinha realizado praticamente todos os meus objetivos, e decidi buscar algo que faltava para alimentar ainda mais a minha existência.

O grande problema é que nem sempre, o mundo ao nosso redor toma consciência de nossa necessidade e desejo junto com a gente, o que é super natural, já que a vida é particular e o que precisamos surge de acordo a cada realidade. Quando decidi largar tudo em minha cidade para tentar algo novo, sabia que muita gente iria pensar no seu íntimo que eu sou louca, e eu digo com a consciência pura de que estava pouco me lixando com a opinião dos demais, eu quero é mais, eu quero é viver e ter o prazer de experimentar o que a vida tem de melhor para me oferecer.

Essa experiência da qual estou vivendo, é simplesmente fantástica e única, me fez ver quantas pessoas que estavam a minha volta, simplesmente me tinham por perto porque viviam uma relação de interesse, e quando falo de interesse, não é só financeiro não, mas no sentido de pessoa mesmo, o que eu poderia oferecer para determinada pessoa, no português claro, o que ela podia “lucrar” comigo.

Isso me incomoda? Lógico. E muito! Mas foi ótimo perceber esse outro lado da moeda, ver o quanto eu vivia presa a situações e pessoas que  não me acrescentavam em absolutamente nada. Na verdade eu só prestava quando eu podia oferecer algo para aquele ser, mas agora que o que eu posso oferecer nem muita gente têm interesse, simplesmente só ficaram do meu lado quem realmente me quer muito bem.

Como disse Paulo Coelho, em uma de duas obras: “O inimigo não é aquele que está diante de nós, com a espada na mão. É a pessoa que está do nosso lado, com o punhal nas costas”. E assim era a minha vida, muita gente por perto se fazendo de amigo, mas na verdade queria era controlar minha vida. Graças a Deus tive condições de perceber isso a tempo, e de afastar essas pessoas de meu convívio, não só pela distância, mas porque estou mais observadora, analisando como cada um reage a minha nova rotina e decisão de viver.

Definitivamente estou vivendo uma fase “NÃO ENCHE” do Caetano Veloso, afinal o que tenho a dizer a essas pessoas é: “me larga, NÃO ENCHE. Você não entende nada, e eu não vou te fazer entender”, porque o mais quero é “mandar meu bando anunciar, vou me livrar de você”. Pouco me interessa saber o que acontece com sua vida, estou preocupada demais com a minha, em alimentar o que me faz bem e de realizar meus objetivos, e não me preocupar com o que cada um pensa de mim, infelizmente não posso mudar as opiniões, porque cada um tem a sua, mas posso mudar o meu jeito de viver, e de permitir que algumas pessoas palpitem em minha vida ou não.

Digo com muita sinceridade, que o mais quero é continuar “na boa, na minha” porque “eu vou viver dez, eu vou viver cem, eu vou viver mil, eu vou viver SEM VOCÊ”, e esse pronome pessoal, é para aquelas pessoas que só querem sugar a minha energia, que alimentavam uma relação comigo por puro interesse, só que agora baby eu digo “ME DEIXA VIVER, ME DEIXA VIVER!”.


sexta-feira, 10 de maio de 2013

Qual o seu medo?


Essa semana tive uma aula bastante reflexiva, amei minha nova matéria e a dinâmica de aula da minha nova professora da pós, acho até que suas aulas vão me fazer escrever muito, não só porque o conteúdo exige, mas porque cada aula será um novo questionamento de vida.

No início da aula ela questionou qual era o seu maior medo, e eu comentei sobre a morte, que tenho pavor em pensar que vou morrer, porque considero muito injusto viver tanto para poder deixar esse mundo aqui, porém cheguei à conclusão que não tenho medo da morte em si, e sim do processo dela.

Acho que o pior da morte não é o ser morrer, e sim o vazio que quando uma pessoa se vai consegue deixar na vida de seus entes queridos que ficam nesse plano. E hoje com a aproximação do dia das mães, pensei bastante sobre o assunto, afinal minha mãe é falecida há 11 anos, e é essa quantidade de anos que não comemoro o dia como muitos filhos.

Minha mãe sempre soube que iria morrer cedo e sem conhecer nenhum neto, afinal ela falava isso com muita certeza, além de dizer que tinha pavor de envelhecer. Deus foi muito generoso dando a ela uma morte relativamente tranquila como ela sempre pediu, porém acho que quando minha mãe falava isso sem imaginar o quanto ela deixaria a minha vida, a de meus irmãos, meu pai, meus tios e primos vazia.

O processo de dor de quando ela partiu, foi bastante difícil e confesso que dura até hoje, e por mais que a gente aprenda a se acostumar com a sua ausência  física, eu consigo sempre sentir a sua energia por perto como se estivesse me protegendo, não tem como não lembrar dela quando vejo/escuto Fábio Jr. e quando tenho contato com algo que lembre da minha infância.

Minha mãe, por mais que tenha ficado pouco tempo em minha vida, ela foi muito presente e me passou ótimos sentimentos, e foi uma das grandes responsáveis em me fazer ter alguns pensamentos atuais. Não tinha pessoa mais desbocada, engraçada, vaidosa e neurótica que ela não, o que dava aquele it em sua personalidade. Ela era extremamente impaciente, odiava grudes, mas era uma pessoa completamente ciumenta e que apreciava amar e se sentir amada.

Pensando em tudo isso, cheguei à conclusão que meu medo no morrer, não é só da morte que conhecemos, e sim do ato de deixar que as coisas morram dentro de você, ou seja, de esquecer um dia que ela passou em minha vida, de reconhecer a importância que meu pai tem em minha vida, e de como ele hoje tenta exercer o papel duplo de pai e mãe.

Posso dizer que apesar dessa experiência, eu sou feliz com a família que tenho, porque tive o prazer de ser gerada por uma pessoa iluminada e que mesmo se passando 11 anos, é extremamente presente e viva em minha vida, pensamentos e sonhos. Além de ter o pai maravilhoso que eu tenho, afinal até isso eu devo a ela, que soube escolher muito bem quem seria o seu parceiro na geração dos seus filhos.

Minha mãe sempre será massa e lembrada com um sorrisinho no rosto de felicidade, eu a amo onde quer que ela esteja, e sei que mesmo estando em outro plano, consigo perceber que a cada conquista minha, tenho as bênçãos dela, mesmo estando longe.

Eu só tenho que agradecer a Deus, e pedir que esse medo da morte, jamais tome conta de meus pensamentos e vida, e que eu jamais deixe esse sentimento e lembranças morrerem dentro de mim, além, é claro, de esquecer jamais do cheiro dela, da elegância, voz e de sua beleza.

E nesse dias das mães faço das palavras de seu eterno ídolo, Fábio Jr, as minhas: "OBRIGADUUUUUUUUU" por fazer parte de minha vida e por ter sido uma excelente mãe e amiga, afinal como diz a canção "quando o sonho traz, a vida traz.", meu sonho traz você em pensamento, o que me faz ter você sempre viva em mim.


segunda-feira, 15 de abril de 2013

SÍNDROME DE TIETA


Todo dia me pergunto se o interesse em saber pela vida do outro é algo típico só do baiano? Somos conhecidos em todo o Brasil pela receptividade e alegria, mas o que muitos não sabem é que o povo da Bahia dá uma vida para saber o que o outro anda fazendo, e, além disso, de sair por aí comentando. Não sei se isso é problema de brasileiro ou das pessoas de lá, mas que isso acontece com certa frequência por lá, não tenho dúvidas.

Lá todo mundo sabe da vida de todo mundo, todo mundo conhece todo mundo e todo mundo fala de todo mundo, e se você não faz parte dessa realidade, você é visto como esnobe. O que pode ser algo bem pequeno, lá acaba se tornando algo tão grande, que se duvidar chega a ser mais trágico do que uma Guerra Mundial.

 Muitas pessoas confundem amizade com submissão, e acham que só porque você é amigo dela, você tem obrigação de contar absolutamente tudo, com pontos e vírgulas em seus devidos lugares, porém nem sempre estamos com vontade de falar, e sim de ouvir. O que as pessoas não entendem, é que o problema não é contar a vida, e sim à proporção que essa história toma quando sai da sua boca, porque a fofoca e o disse me disse rolam soltos, além de alguns comentários maldosos que parecem mais despeito e inveja.

Em Salvador, muitos se acham no direito de dizer em tom de ordem, o  que você deve fazer e o que ele acredita ser melhor para você, sendo que espera lá, a vida é de quem mesmo? Cada um vive como pode e com o que quer, mas não, as pessoas vivem a SÍNDROME DE TIETA. Não sabe o que significa? É só observar a beleza da música do baiano, Caetano Veloso, para entender o que estou falando, afinal por mais que não tenha “nada de novo no luar, todo mundo quer saber com quem você se deita, e nada pode prosperar”.

O mais interessante é que morando lá por alguns anos, e mesmo estando distante, percebo que “é domingo, é fevereiro, é sete de setembro, é futebol e carnaval”, porém “nada muda, é tudo escuro até onde eu me lembro, uma dor, que é sempre igual”, o que quero dizer é que é preciso parar de conversa e de se envolver na vida do outro, para aprender a viver a sua vida e as suas leis, sem ficar julgando a lei dos outros, porque enquanto ficar nessa, nada vai evoluir e a vida vai continuar “estreita com nada de novo no luar”.


sábado, 13 de abril de 2013

Diário de SP: Show de Ivete Sangalo e Saulo Fernandes - Meu primeiro show em São Paulo!



Essa semana, eu recebi um presente de aniversário maravilhoso, um grande amigo meu de São Paulo, decidiu me presentear com um ingresso para curtir o show de Ivete Sangalo e Saulo Fernandes aqui em SP, mais precisamente no Espaço das Américas.

Assim que cheguei à casa de show, eu pirei na localização, porque você pode ir de metrô tranquilamente sem nenhum trauma e estresse, sem contar que você acaba fazendo aquela economia, já que o estacionamento custava nada mais nada menos que R$ 50 reais (juro que na hora pensei: “toda a população soteropolitana reclama horrores porque o estacionamento no Festival de Verão de Salvador, custa entre 15 a 20 reais, imagine se estivessem aqui?” Sem esquecer que o valor do estacionamento é o mesmo da meia da pista), e também porque a casa é bem distante e aí gastaria uma fortuna com táxi.

Na entrada tudo estava como previsto, porém achei pouca gente na porta e pouco vendedor ambulante, porque em Salvador vira uma verdadeira feira da cachaça e as pessoas já entram no show daquele jeito. Ainda na portaria, comecei a observar as roupas femininas e confesso, me divertir horrores, aqui as pessoas se arrumam diferente no show de axé, tipo a grande maioria faz o estilo conhecido como “piriguete” na Bahia, short curtíssimo, salto e uma camisa super decotada, quando não se está de top ou com aquelas roupas justíssimas.

Finalmente entrei na casa e fiquei passada com a estrutura e a acústica (e olha que o meu amigo me disse que essa é uma das casas mais fracas daqui), o meu espanto maior foi ver que o valor do ingresso justifica totalmente o local do show, já que em Salvador pagamos o mesmo preço ou mais caro por locais totalmente armengados e despreparados para receber o público dignamente. Cheguei à conclusão que o entretenimento em Salvador está caríssimo para a realidade de remuneração da cidade e para a estrutura oferecida aos seus clientes.

A primeira atração da noite foi à musa Ivete Sangalo, e ela entrou cantando “No brilho desse olhar”, o que levou toda a casa a loucura e milhares de câmeras e celulares ligados gravando tudo e/ou fotografando a cantora, as pessoas aqui, são totalmente enlouquecidas por Ivetinha, e a sua entrada só causou um tumulto de leve, porque todos queriam registrar esse momento, mas nada se compara ao reboliço que a entrada de Veveta causa em Salvador, inclusive esse foi o primeiro show de Ivete que consegui dançar tranquilamente, acho até que se eu quisesse podia sair dando estrela no lugar que não me bateria com ninguém (momento drama), e olha que estava lotado e com ingressos esgotados.

O show de Ivete foi muito baseado no seu mais novo CD, Real Fantasia, e com algumas músicas bem lentinhas, acho que ela cantou umas 5 músicas lentas, e na hora comentei com meu amigo: “se ela faz um show desse em Salvador, ela seria vaiada e apedrejada, porque lá tem música lenta, mas nós queremos é pancada”, mas o que me chamou atenção foi o comportamento do público, o paulista não se entrega a energia da baiana, eles são mais calmos e contidos até mesmo em um show de axé, e o mais interessante de tudo foi perceber que esse evento tinha como público pessoas de classe média e alta, ou seja, muito destoante de Salvador, não tinha o povão, porque vamos combinar que Ivete arrasta a Bahia inteira de gente rica à pobre, mas o público predominante no seu show é o povão mesmo, podendo ser percebido pelo valor reduzido dos ingressos cobrados por ela quando realiza show na cidade, tenho que confessar que senti falta dessa agonia e do empurra empurra que o baiano faz (risos).

Esperava muito mais do show de Ivete Sangalo, mas não tem como não amar aquela mulher, porque não é qualquer uma que chega a outra cidade e larga um “porra” aberto e com muita tranqüilidade no meio do palco, o que representa muito a Bahia, um baiano não falar “porra” é irreal, mas o melhor momento do seu show foi quando ela cantou o medley de Eva (aquele que ela canta no DVD gravado em Nova York), meu olho encheu de lágrima, sem esquecer a hora que ela cantou a canção do Cidade Negra, “onde você mora?”, essa letra condiz muito com o meu momento atual, afinal “não quero estar de fora. Aonde está você? Eu tive que ir embora, mesmo querendo ficar”, estou amando está em SP, mas amo mais ainda a minha Bahia e quero senti-la sempre bem pertinho de mim, nem que para isso eu precise ligar milhares de vezes para meus amados companheiros de Salvador, escutando full time músicas de axé ou indo curtir um show dos cantores da Bahia.

O segundo e último show, foi de meu amor Saulo Fernandes, particularmente achei o show dele infinitamente melhor que o de Ivete, porém fiquei meio triste em ver que ele aqui não faz tanto sucesso como em Salvador. Saulo com seu violão me fez viajar e me sentir na Bahia por questão de segundos, a baianidade estava expressa em seu show, foi impossível conter as lágrimas quando ele começou a cantar os clássicos do carnaval de Salvador, como “baianidade nagô”, chorei litros e fui motivo de risada dos seguranças que estavam por perto (risos).

Senti uma saudade infinita da minha terra e da energia do público baiano, porque de fato, não é conversinha dos cantores da Bahia e dos que vão à nossa cidade se apresentar, quando dizem que o público baiano tem uma energia rara nesse país, e cheguei a conclusão que é verdade, e entendi porque quando as pessoas vão a show em nossa cidade ficam enlouquecidas, sempre querendo voltar, sendo esse comportamento de repetição não só do público, mas também do artista, afinal como diz a canção na Bahia “viver será só festejar”, além de confirmar que “carnaval na Bahia, oitava maravilha, nunca irei te deixar meu amor”.

Posso dizer que o show de Ivete foi muito voltado para uma estrutura nacional, o que é super compreensível já que ela é a grande estrela de patrimônio brasileiro, já Saulinho não, seu show teve o encanto e a magia da Bahia, ele conseguiu trazer e fazer São Paulo se transformar em Bahia por algumas horinhas com a sua musicalidade. O show dele foi simplesmente lindo e me fez admira-lo muito mais por isso.

O show teve umas coisas bem engraçadas como algumas pessoas vestidas de abadá do carnaval de Salvador (o que se vale ressaltar que ninguém usa abadá, quem usa após a folia momesca é porque vai malhar com ele ou é considerado brega), gente com aquelas passadeiras de bichinho (que só é utilizada no carnaval, ninguém usa elas fora desse período, nem mesmo nas festas de trio de Praia do Forte) e das pessoas sentadas no chão do fundo vendo o show de Ivete como se estivesse assistindo um DVD.

Achei a experiência ótima, e pra mim show de axé bom mesmo é em Salvador, afinal é de lá que sai toda essa energia, mas aqui as coisas funcionam diferentes, porque estamos falando de outra cultura e comportamento, mesmo sendo cidades do mesmo país. Não estou desmerecendo nada, apenas observando tudo como alguém que cresceu escutando, vivendo e amando a música e as estrelas da Bahia.

Finalizo com as canções que me rendeu algumas lágrimas (risos), canta mais uma vez pra mim Saulitcho e Ivetinha!

* Foto: Reprodução




terça-feira, 2 de abril de 2013

É preciso desconstruir para reconstruir!!




Ultimamente tenho falado muito de mudança e transformações, de fato, as tendências e os comportamentos na sociedade moderna passam por modificações de forma muito rápida. Hoje o que é considerado da hora, amanhã já pode não ser esse sucesso todo, e com isso precisamos nos adaptar e ter um preparo psicológico e emocional para acompanhar essas evoluções.

Como diz na psicologia é preciso reconstruir para construir. O que significa essa desconstrução x reconstrução? Que para se organizar e se abrir para o novo, muitas vezes é preciso desconstruir os hábitos já enraizados em seu inconsciente, sendo eles normalmente construídos dia após dia.

Falando isso, tudo parece super prático, porém sabemos que não é bem assim. A reconstrução só ocorre com a dor, é preciso viver essa dor para poder seguir adiante mais forte e de cabeça erguida. É indispensável durante o luto, a necessidade de desconstruir, e para sobreviver a  tudo isso, é preciso reconstruir.

O tempo que esse processo de desconstrução x reconstrução pode levar depende de cada indivíduo e de como ele encara e decide sobreviver a esse luto, é muito pessoal, afinal não é nada fácil aniquilar posturas e comportamentos que não servem mais, porém depois que você sai desse luto, e percebe que esse período é necessário para a evolução do ser, tudo fica mais simples e aí vem a força, a coragem de enfrentar suas dores, traumas e personalidade para seguir adiante, levando a reconstrução.

Hoje, posso dizer que estou vivendo esse período de transformação, estou desconstruída e me preparando para essa reconstrução, tanto no âmbito pessoal como no profissional, afinal essa minha mudança de cidade, me fez refletir e pensar no que devo mudar como pessoa e como profissional, o que é preciso morrer em mim para poder renascer de forma mais evoluída mais lá na frente.

Esse momento de desconstrução x reconstrução pode ocorrer em vários e em diferentes momentos na vida, ele pode acontecer nas relações pessoais, no ambiente de trabalho, lar, vida, cidade, país, estado civil e na evolução particular mesmo, o importante é saber reconhecer quando ele deve ser vivido, e respeitar essas etapas, e para isso é preciso também muita coragem para enfrentar o seu maior rival, ou seja, o seu EU, porque todo mundo precisa enxergar a beleza da vida a nossa volta, e permitir que a sua alma volte a sorrir.


*Foto: Reprodução