Engraçado que estava aqui
pensando que o ano passou rapidíssimo. Meu ano de 2013 foi bastante
movimentado. Comecei já fazendo a prova da pós, sendo aprovada, fazendo
aniversário no carnaval e me preparando para mudar de cidade logo após tudo
isso.
Depois de muitos choros e pensamentos
se a decisão tomada seria a certa, comecei a me adaptar a cidade e a entender
que São Paulo foi o lugar que escolhi para morar. Ninguém me obrigou a vir para
cá, a decisão partiu de mim e todo o processo foi apoiado por meu pai, irmãos e
alguns amigos.
A pessoa que melhor entende
meu estado de mudança, com toda certeza é o cantor, Caetano Veloso, ele
consegue me descrever perfeitamente na música Sampa. Eu me senti super estranha
aqui, afinal “É que quando eu cheguei por
aqui eu nada entendi” e fui percebendo que "quando eu te encontrei frente a frente não vi o meu rosto. Chamei de mau gosto o que vi. É que Narciso acha feio o que não é espelho. E à mente apavora o que ainda não é mesmo velho."
Hoje vejo que “foste um difícil começo. Afasta o que não
conheço, e quem vem de outro sonho feliz de cidade aprende depressa a chamar-te
de realidade”, porém essa minha decisão foi uma das mais sábias de minha
vida. Eu não imaginava crescer tanto como ser humano. Sem esquecer que foi um
divisor de águas, porque eu percebi o que era verdadeiramente doce e salgado na
minha vida.
Percebo que esse ano eu
cresci muito. Tornei-me uma pessoa mais emotiva, aprendi a me colocar no lugar
do outro, a me recolher e curtir um pouco a minha “solidão”, tentei ser mais paciente e calma (algumas pessoas dizem
que eu melhorei, outras acham que eu mereço o prêmio Nobel da paz), a ver o que
deve ser priorizado, a criar muito mais responsabilidade e ver o quanto é difícil
crescer e amadurecer para si e para o mundo.
O mais importante desse
tempo foi perceber o quanto minha família reflete em mim, e o quanto eles são
essenciais em minha vida, além de saber que eles estão sempre me apoiando e
torcendo para que eu viva sempre bem. Sempre desconfiei que meu pai e minha mãe
souberam me dar os limites na hora certa. E reconheço que essa minha liberdade
de expressão e o saber respeitar o jeito e a escolha do outro, foi uma coisa
praticada em minha casa em toda a minha educação.
Lembro que ano passado,
quando escrevi o que gostaria para 2013, falei que teria como trilha sonora de
vida a canção “deixa a vida me levar, vida
leva eu”, e o mais engraçado é que nada em minha vida ocorreu como planejado,
bastava eu planejar que o “destino” me fazia ver que eu não tinha controle e
que tinha que aprender a curtir mais os momentos, sem me preocupar tanto com o “se”.
Estava relendo o que
desejava para 2013 (Em 2013, um de meus desejos
é que as pessoas parem de se achar no direito de se meter na minha vida. Sou
gente boa, aberta a diálogos, falastrona, mas isso não dá o direito a senhor
ninguém em dizer como eu devo ou não me comportar na vida on e offline. Vamos
brincar de cada um tomar conta de sua vida, porque assim todos ganhamos mais.
#pensamentospara2013) e percebi que realmente acabei cortando os laços com pessoas que ficavam ao meu lado só por algum tipo de interesse.
Recebi várias pedradas e críticas, mas agarrei todas elas, analisando o peso e o que deveria ser levado em consideração ou não. Sei que tem muita gente torcendo a boca pra mim, e o que dizer para essas pessoas? SÓ LAMENTO! Se Deus não agradou a todos, por que eu, uma simples mortal devo agradar?
O engraçado é que essa
rejeição partiu de muita gente, porque eu aprendi a dizer “NÃO”, e a não
permitir a me falar tudo que achava e a controlar a minha vida, porque quem tem
esse dever sou eu, nem meu pai e meus irmãos se metem nas minhas escolhas e
decisões, logo, senhor ninguém da rua deve ter essa autonomia.
E aos que tinham liberdade
comigo, e não souberam utilizar ela de forma coerente, fiz um belo corte. Sinto
falta? Não, nem um pouco. Percebi é que estava sentindo falta de dizer: “ME LARGA. NÃO ENCHE!”, porque aprendi
na prática de que “a melodia do meu
samba. Põe você no lugar”, afinal o que tinha de gente que “pensa que é a dona. E eu lhe pergunto: QUEM
LHE DEU TANTO AXÉ?”, porque se foi eu, aprendi a tirar a melodia e deixar
você sem som.
Estou vivendo muito bem
afastada dessas situações que não me acrescentavam a nada, e por um lado só impedia
o meu desenvolvimento. Eu quero apenas “gozar”
como diria Caê. Sobre 2014 não tenho nada a declarar. Sei que será um ano muito
melhor, afinal a minha transformação foi esperando o presente de viver uma vida
muito mais tranquila, justa, sem muito mimimi e enterrando tudo que não presta.
Que venha 2014 com muito
mais luz, vida e sentimentos de verdade para mim! Que a cada dia novo, seja um lindo e abençoado caminhar, sem perder a fé e o foco no que é preciso e devido!
* Fotografia: Lorena Gonzalez