quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Onde está a ideologia?



Salvador finalmente definiu quem será o seu prefeito. Confesso que fiquei bastante feliz com a vitória de ACM Neto, o neto do famoso e saudoso senador Antônio Carlos Magalhães, mais conhecido como ACM.

A minha cidade viveu durante muitos períodos sendo governada por políticos considerados de partido de direita, mas há alguns anos, o PT, partido trabalhista, assumiu o cargo e mostrou que o poder corrompe SIM os homens.

Não sou a pessoa mais adequada para falar de política, já que não estudo sobre e sou nova para falar de muitos governos, podemos dizer que para ter discernimento para o assunto, eu tive há pouco tempo, mas uma coisa é fato, mesmo sendo considerada carlista, por ter simpatia as propostas e forma de governar do partido do ACM, tinha uma coisa que me chamava bastante atenção no partido de esquerda.

O PT era considerado um partido revolucionário, com ideias e propostas que prometiam mudar e fazer uma política mais honesta e que pensava mais no povo, porém, essa ideologia toda se quebrou quando eles conquistaram o poder.

Quando era criança, lembro que todos que desafiavam a política se diziam da esquerda, mesmo sendo um partido não muito conhecido e que não conseguia muitos votos, ele foi conquistando os seus eleitores por demonstrar ser um partido do povo, até ter condições de ter em mãos toda a fortuna dos cidadãos para se comportar de maneira igual ou pior aos partidos "rivais", a prova é o mensalão.

É importante perceber que com o passar do tempo e com o poder em mãos, o famoso partido de esquerda, PT, deixou de ser de esquerda e se comportou como um partido de direita.

O mais interessante é ver uma entrevista do famoso cantor, Cazuza, no programa do Jô Soares em 1988, em que ele dizia: “Acho o PT um partido muito honesto, de pessoas até ingênuas. A própria ingenuidade deles me emociona. Eu acho um pouco radical algumas coisas das plataformas deles e tudo, mas eu acho muito bacana, acho um partido muito bacana que não fez coligação nenhuma”.

Revendo essa entrevista, não tive como não pensar que essa ideologia defendida pelo PT em  um passado não muito distante é como a dos pensadores adeptos a teoria crítica, afinal eles consideram a ideologia como uma ideia, discurso ou ação que mascara um objeto, ou seja, em português claro, ela é a aparência escondendo suas demais verdades. O PT de hoje não é o mesmo da época dessa entrevista de Cazuza, ele era um partido que alimentava a esperança de se ter um país mais justo e igual, porém vivemos em um sistema que não permite essa realidade.

O partido trabalhista, no passado, trabalhava contra a ideologia defendida pelo Karl Marx (O filósofo trabalhava com o conceito de ideologia que ligava os sistemas teóricos, sendo eles: políticos, morais e sociais). De acordo com Marx, a ideologia da classe dominante tinha como objetivo manter os mais ricos no controle da sociedade. Eles criaram a sua própria ideologia que defendia o direito do povo e que quando conquistassem o poder trabalhariam em função dos menos favorecidos, transformando o país e seu governo mais justo e igual para todos.

E agora eu me questiono: “onde está ideologia do PT?”, ela foi perdida quando eles experimentaram o gostinho do poder e se tornaram os ricos que tinham o controle da sociedade, e é lógico, que eles trabalham com o objetivo para se manter sempre no poder e enganar a população, porque isso é o interessante para eles. Hoje eles se assemelham com o partido de direita e percebem que nem tudo pode ser como eles "imaginavam". O sistema é muito mais forte do que qualquer ideologia bonitinha e que na prática não funciona, por existir milhares de pessoas envolvidas e interessadas o processo.

Hoje, o partido se tornou exemplo de um governo que assiste de camarote crianças e adolescentes de escola pública em greve com mais de 100 dias, a polícia entrar em greve e ainda por cima ter o governador da Bahia desfilando com o helicóptero da policia que foi comprado com DINHEIRO PÚBLICO (do povo) como se tudo estivesse muito bem.

E agora eu pergunto Cazuza, será que quando você escreveu aquela canção “ideologia eu quero uma pra viver”, você já estava prevendo inconscientemente que o “seu partido, é um coração partido”? E que “os seus sonhos foram todos vendidos e que você nem acredita”? Sem esquecer que “aquele garoto que ia mudar o mundo frequenta agora as festas do grand monde”? E o melhor é saber que “aquele que ia mudar o mundo, agora assiste a tudo em cima do muro”!

Foi exatamente nisso que se tornou o partido trabalhista, ele se tornou um partido de direita e esqueceu toda a bandeira que levantava. Ele se perdeu quando experimentou o poder e hoje as idéias do PT não correspondem mais a do partido que antes era composto por pessoas que realmente tinham como objetivo mudar e transformar a política em algo mais justo e honesto.

Acredito que hoje, o Cazuza, não defenderia mais o partido e que ele continuaria cuspindo na bandeira do país, porque chegamos à conclusão que não existe mais partido de esquerda, até ele chegar ao poder, é como diz aquele velho ditado "quer conhecer o homem? Entregue a ele o poder", porque o poder corrompe o homem.

Hoje o partido trabalhista é o sistema, e o sistema é mais forte do que qualquer partido, a diferença deles a Karl Marx era que o filósofo já sabia que não é fácil enfrentar o sistema, e eles só aprenderam isso quando chegaram ao topo, quer dizer, eu acredito que eles sabiam que não seria fácil e podemos dizer quase impossível, mas pelo menos quando se existia essa ingenuidade de fazer acreditar que tudo podia ser diferente, habitava a esperança e no momento que eles se renderam ao sistema, a esperança voltou ao coma eterno.

Finalizo deixando o link da entrevista de Cazuza em Jô Soares que demonstra como o partido era visto e que hoje tudo se perdeu, afinal os tempos mudaram para os partidos políticos de esquerda.


Ps: Quero deixar claro que esse é o meu ponto de vista, o que não obriga ninguém a concordar comigo! 


terça-feira, 16 de outubro de 2012

A beleza de Mr. Darcy de "Orgulho e Preconceito"




Considerada uma das melhores escritoras britânicas, Jane Austen, tem constantemente suas obras como objetos de estudos acadêmicos, além de ser reconhecida em todo o mundo. Seu livro, “Pride and Prejudice”, que traduzido leva o título de “Orgulho e Preconceito”, por exemplo, é um dos queridinhos da literatura mundial.

Devido ao sucesso, Orgulho e Preconceito, já foi adaptado para o cinema, novela e séries na TV. Nele podemos viver o delicioso romance entre os personagens Elizabeth Bennet e Mr. Darcy, que durante todo o momento lidam com os problemas relacionados à educação, moral, casamento e cultura na sociedade aristocrática do início do século XIX. 

Apesar da história se passar em um período onde eram comuns casamentos prometidos e com dotes, o livro tem em seu enredo bastante atual e uma crítica a sociedade do período retratado no mesmo. A leitura se torna leve e cheia de diálogos riquíssimos e que caracterizam de maneira bastante leve a conduta e personalidade dos personagens, o que facilitou muito para ser transformado em uma linguagem cinematográfica.  

O último filme do sucesso, “Orgulho e Preconceito”, foi produzido em 2005, pela Universal Pictures, dirigido por Joe Wright, com roteiro de Deborah Moggach e conta com a presença de Keira Knightley e Matthew Macfadyenque respectivamente, vivem Miss Elizabeth Bennet e Mr. Darcy.

O longa traz a história de Elizabeth Bennet e suas quatro irmãs, que vivem a sombra do objetivo de sua mãe de encontrar um ótimo marido para cada uma de suas filhas. Até que em um belo dia, Mr. Bingley, um solteiro rico, chega à cidade, e a mãe das Bennet entra em alvoroço e o observa como possível partido para uma de suas filhas. Bingley logo se encanta por Jane Bennet, e Lizzie (como é chamada carinhosamente Elizabeth) conhece o sofisticado Mr. Darcy que chega a cidade para acompanhar o amigo Bingley. Mr. Darcy, quando conhece Elizabeth a esnoba inicialmente, fazendo com que Elizabeth crie um pré-conceito do homem, transformada em uma antipatia que logo mais tarde não passa do início de uma grande admiração.

Em todo o filme, podemos perceber os encontros cada vez mais constantes entre os protagonistas Lizzie e Mr. Darcy. A cada encontro somos apresentados ao perfil de cada personagem. Jane Austen dá espaço para a liberdade do pensamento, e em suas obras você não precisa de uma descrição física para pensar, imaginar e se apaixonar por Mr. Darcy ou qualquer um de seus personagens.

Eu assisti ao filme antes de ler a obra, e confesso que ele foi muito fiel ao livro. O que foi retirado do longa não faz diferença alguma para se entender a obra, e podemos até dizer que 90% do diálogo é tirado do texto do livro. O que acredito ser um grande acerto, já que é ele que alimenta toda a história e faz com que nossos corações palpitem cada vez mais rápidos em perceber a grandeza dos personagens e o rumo que a história toma.

Os personagens são conhecidos através do confronto de diálogos de condutas pessoais. Mr. Darcy apesar de ser um homem distinto e absurdamente rico, é um homem com um caráter fantástico e apaixonante. O seu jeito sério e inteligente deixa qualquer mulher envolvida em desvendar os segredos de sua personalidade serena, reservada e aparentemente arrogante que esconde uma grande timidez e sensibilidade que só podem ser percebidas por aqueles que se entregam a viver o sentir dos personagens de uma boa obra.

Alguns defendem que Mr. Darcy é o orgulho e Lizzie o preconceito. Já outros acreditam que Elizabeth é o orgulho e Darcy o preconceito. Confesso que acredito que esses sentimentos se misturam, os dois podem vivenciar períodos de orgulho e preconceito, ainda mais quando se trata de observar as suas posturas pessoais, mas que são vencidos quando o amor se faz presente em suas vidas.

O filme só foi o ponta pé inicial para me deixar com vontade de devorar a obra de Jane com muito mais liberdade de pensamento de entender como esse roteiro se torna atual e como o amor acontece simplesmente sem pedir licença em nossos corações. 

Depois de assistir o filme, ler a obra, você chega à conclusão que Mr. Darcy é definitivamente um personagem apaixonante. E digo mais, a escolha de Matthew para viver esse personagem foi um dos grandes acertos do filme, não consigo pensar em outro ator fazendo o grande Mr. Darcy sem ser ele.

Agora eu entendo porque as mulheres britânicas elegeram Mr. Darcy como o par perfeito para um encontro, e porque ele consegue desbancar até mesmo James Bond e o Super Homem. O que eu particularmente concordo, afinal só em perceber a sua maneira de ver o mundo e a sua postura nos diálogos, pouco me importa se ele é sensual como James Bond ou um lindo com perfil metrossexual (quase gay) de um Super Homem, Mr. Darcy consegue reunir isso por sua personalidade ser uma incógnita completamente atraente para ser desvendada.

Responda-me se tem como não se apaixonar por um homem que vence todo o seu orgulho e assume que “você enfeitiçou meu corpo e minha alma, eu te amo, te amo, te amo”? E quando ele demonstra a simplicidade de seu amor e de quando tudo começou dizendo “não sei determinar à hora, o lugar, o olhar ou as palavras que lançaram os fundamentos. Faz muito tempo. Já estava no meio quando percebi que tinha começado.”. Não tem como não amar um homem com tamanha sensibilidade e beleza nas palavras e o melhor tudo isso por conta de uma simplicidade de um discurso direto e sem rodeios, discurso esse que toda mulher acaba suspirando e desejando encontrar um que respire esse perfil Mr. Darcy de ser.

E depois de muitos encontros, desencontros e de uma declaração linda, ele ainda diz que: “Minha feição parece inalterada, basta, porém uma única palavra sua para fazer com que me cale para sempre.” Me responda, tem como não se apaixonar e se envolver com esse homem? Ele simplesmente tem um perfil muito atraente. A mistura do seu jeito sério e sensível é o seu grande sex appeal.

Com toda certeza esse filme já entrou como preferido na minha lista, porque apesar de ser retratado em um passado voltado para uma sociedade patriarcal e de casamentos arranjados, a sua história de amor se concentra em protagonistas que querem viver a liberdade do amar convivendo e odiando primeiramente os defeitos, para depois se deliciar com a grandeza das qualidades que o amor pode transformar em suas vidas, além de enfrentar os seus maiores preconceitos e orgulhos pessoal para enfim poder se deliciar com a beleza de um grande e verdadeiro amor.

E como disse Elizabeth “lembre-se apenas do lhe dar prazer”, e com muita verdade digo que sempre lembrarei de Mr. Darcy, porque ele sim é um homem que toda mulher merece conhecer, amar e se apaixonar, afinal não tem como não suspirar ao lembrar da figura de Mr. Darcy. E finalizo dizendo: "Ai ai como eu quero um Mr. Darcy em minha vida!"

PS: Para os que tem preguiça e não apreciam uma boa leitura, vale a pena se deliciar com o filme "Orgulho e Preconceito" que está disponível na rede completo e dublado. 

* Para quem se interessou:
- O primeiro vídeo é o trailer do filme
- O segundo vídeo é o filme completo dublado disponível no youtube.