quarta-feira, 20 de novembro de 2013

O "corno"



Esses dias estava conversando com uma amiga sobre traição. Quem nunca tomou ou deu aquele corno de leve? Se isso ainda não aconteceu em sua vida, pode esperar, afinal estamos todos fadados a passar por essa situação em algum momento de nossa vida.

Observo que existe uma diferença não da forma de trair, porque quem faz isso, tem o objetivo igual independente do gênero, se é feminino ou masculino, porém o homem e a mulher encaram o famoso “pular a cerca” de maneira variada.

Acredito que é culturalmente mais aceito a mulher ser traída do que o homem. Quando vemos um caso de uma mulher que trai, até nós mulheres falamos “que cachorra” (pra não dizer outra coisa). Já quando quem levou a “gaia” foi à mulher falamos: “é homem né?! Sabe como é...”, mas a real é que estamos falando de seres humanos com desejos e motivos que não são definidos pelo sexo e sim por suas emoções.

Pertencemos a uma herança de sociedade patriarcal, onde o homem deve ser viril e a mulher frágil. Já viu homem chorar? Não pode! E isso reflete não só nas obrigações diárias, mas também na forma de lidar com a traição. 

Vamos combinar que o sexo masculino é muito mais frágil que a mulher quando se trata de traição. Ele fica muito mais chocado e faz aquele drama categoria novela mexicana, mas isso tudo, é lógico, que não é na sua frente, pelo contrário no seu interior, vivendo com aquela angustia de que ele não foi homem suficiente para aquela mulher (Poor Boy!), e muitas vezes transferindo sua dor para a próxima parceira.

Recentemente me deparei com algumas histórias de infidelidade que são pesadinhas, pra não dizer bizarra. E eu pergunto: por que trair? Acho tão mais fácil falar para o outro que não está legal e seguir para outro, mas sabe o motivo disso não ocorrer? Porque vivemos em um mundo em que priorizamos a ideologia ridícula de que não devemos sair do certo para o duvidoso, porém quando decidimos trair, temos os mesmos riscos de deixar o atual para um futuro caso que pode ser momentâneo, além de manchar sua relação com mágoa. 

Quando tomamos a decisão de ser sacana com o outro, não estamos fazendo isso apena com o parceiro, mas também consigo e com todo o contexto que envolve o casal. No momento em que se inicia um relacionamento você vive histórias paralelas não só com o ser amado, mas com a família e amigos deles e criados durante a história construída de vocês.

E é exatamente por ter diferentes tipos de vínculos e pessoas nessa realidade do casal que devemos tomar cuidado com a atitude que tomamos, afinal uma “simples” escapadinha pode gerar um problema e paralisar a vida do outro por muito tempo, isto é, se não for para sempre. E ninguém quer viver com a culpa de ter destruído a vida do outro né?!

Você pode está se perguntando: “Mas o certo não é a gente pensar primeiro em mim, segundo em mim e terceiro em mim?”, e eu respondo: “Lógico! Mas devemos lembrar que algumas atitudes que tomamos pode desestruturar e destruir a vida de uma outra pessoa, que consequentemente trará para você culpa, angustia e conseqüências gravíssimas”.

A vida realmente da gente deve vir em primeiro lugar, mas ninguém quer viver com o sentimento de culpa, e viver é aprender, é se arriscar, é não ser perverso com o próximo, afinal acredito na lei do retorno, e absolutamente nada que fazemos é sem pensar ou sem objetivo.

Antes de trair avalie se é isso mesmo que você quer, e lembre-se: você gostaria que alguém fizesse isso com você? Não! Então não faça o outro de trouxa, porque ninguém quer carregar o título de Miss Chifre do ano.

E se você levou uma galha: Relaxe e goza! Afinal você não é o primeiro e nem o último a passar por isso. Muita gente já passou por isso. Reflita que a fossa pode te livrar de um problema monstro ou te render milhões como aconteceu com o fenômeno musical Adele. 

O que não vale é vestir o chapéu de corno e viver eternamente se lamentando por isso. O passo inicial é exorcizar a figura do ex traidor, porque só assim você conseguirá reconstruir a sua vida. Faça como a canção “Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima!”

*Foto: Reprodução

terça-feira, 19 de novembro de 2013

O meu novo caminhar!


Engraçado que estava aqui pensando que o ano passou rapidíssimo. Meu ano de 2013 foi bastante movimentado. Comecei já fazendo a prova da pós, sendo aprovada, fazendo aniversário no carnaval e me preparando para mudar de cidade logo após tudo isso.

Depois de muitos choros e pensamentos se a decisão tomada seria a certa, comecei a me adaptar a cidade e a entender que São Paulo foi o lugar que escolhi para morar. Ninguém me obrigou a vir para cá, a decisão partiu de mim e todo o processo foi apoiado por meu pai, irmãos e alguns amigos.

A pessoa que melhor entende meu estado de mudança, com toda certeza é o cantor, Caetano Veloso, ele consegue me descrever perfeitamente na música Sampa. Eu me senti super estranha aqui, afinal “É que quando eu cheguei por aqui eu nada entendi” e fui percebendo que "quando eu te encontrei frente a frente não vi o meu rosto. Chamei de mau gosto o que vi. É que Narciso acha feio o que não é espelho. E à mente apavora o que ainda não é mesmo velho."

Hoje vejo que “foste um difícil começo. Afasta o que não conheço, e quem vem de outro sonho feliz de cidade aprende depressa a chamar-te de realidade”, porém essa minha decisão foi uma das mais sábias de minha vida. Eu não imaginava crescer tanto como ser humano. Sem esquecer que foi um divisor de águas, porque eu percebi o que era verdadeiramente doce e salgado na minha vida.

Percebo que esse ano eu cresci muito. Tornei-me uma pessoa mais emotiva, aprendi a me colocar no lugar do outro, a me recolher e curtir um pouco a minha “solidão”, tentei ser mais paciente e calma (algumas pessoas dizem que eu melhorei, outras acham que eu mereço o prêmio Nobel da paz), a ver o que deve ser priorizado, a criar muito mais responsabilidade e ver o quanto é difícil crescer e amadurecer para si e para o mundo.

O mais importante desse tempo foi perceber o quanto minha família reflete em mim, e o quanto eles são essenciais em minha vida, além de saber que eles estão sempre me apoiando e torcendo para que eu viva sempre bem. Sempre desconfiei que meu pai e minha mãe souberam me dar os limites na hora certa. E reconheço que essa minha liberdade de expressão e o saber respeitar o jeito e a escolha do outro, foi uma coisa praticada em minha casa em toda a minha educação.

Lembro que ano passado, quando escrevi o que gostaria para 2013, falei que teria como trilha sonora de vida a canção “deixa a vida me levar, vida leva eu”, e o mais engraçado é que nada em minha vida ocorreu como planejado, bastava eu planejar que o “destino” me fazia ver que eu não tinha controle e que tinha que aprender a curtir mais os momentos, sem me preocupar tanto com o “se”.

Estava relendo o que desejava para 2013 (Em 2013, um de meus desejos é que as pessoas parem de se achar no direito de se meter na minha vida. Sou gente boa, aberta a diálogos, falastrona, mas isso não dá o direito a senhor ninguém em dizer como eu devo ou não me comportar na vida on e offline. Vamos brincar de cada um tomar conta de sua vida, porque assim todos ganhamos mais. #pensamentospara2013e percebi que realmente acabei cortando os laços com pessoas que ficavam ao meu lado só por algum tipo de interesse. 

Recebi várias pedradas e críticas, mas agarrei todas elas, analisando o peso e o que deveria ser levado em consideração ou não. Sei que tem muita gente torcendo a boca pra mim, e o que dizer para essas pessoas? SÓ LAMENTO! Se Deus não agradou a todos, por que eu, uma simples mortal devo agradar?

O engraçado é que essa rejeição partiu de muita gente, porque eu aprendi a dizer “NÃO”, e a não permitir a me falar tudo que achava e a controlar a minha vida, porque quem tem esse dever sou eu, nem meu pai e meus irmãos se metem nas minhas escolhas e decisões, logo, senhor ninguém da rua deve ter essa autonomia.

E aos que tinham liberdade comigo, e não souberam utilizar ela de forma coerente, fiz um belo corte. Sinto falta? Não, nem um pouco. Percebi é que estava sentindo falta de dizer: “ME LARGA. NÃO ENCHE!”, porque aprendi na prática de que “a melodia do meu samba. Põe você no lugar”, afinal o que tinha de gente que “pensa que é a dona. E eu lhe pergunto: QUEM LHE DEU TANTO AXÉ?”, porque se foi eu, aprendi a tirar a melodia e deixar você sem som.

Estou vivendo muito bem afastada dessas situações que não me acrescentavam a nada, e por um lado só impedia o meu desenvolvimento. Eu quero apenas “gozar” como diria Caê. Sobre 2014 não tenho nada a declarar. Sei que será um ano muito melhor, afinal a minha transformação foi esperando o presente de viver uma vida muito mais tranquila, justa, sem muito mimimi e enterrando tudo que não presta.

Que venha 2014 com muito mais luz, vida e sentimentos de verdade para mim! Que a cada dia novo, seja um lindo e abençoado caminhar, sem perder a fé e o foco no que é preciso e devido!


* Fotografia: Lorena Gonzalez


segunda-feira, 11 de novembro de 2013

O que está acontecendo com os homens?


Todo mundo sabe que mulher adora compartilhar suas angustias amorosas com as amigas, e comigo não é diferente. Só essa semana duas amigas ligaram para contar suas lamúrias masculinas.

A cada dia observo que os homens e mulheres vêm mudando seus comportamentos nas relações amorosas. As mulheres estão com mais atitudes e mostrando para que veio, mas parece que diante a toda essa modernidade, os homens vem se descaracterizando e sem saber se comportar para acompanhar as mudanças e evolução feminina.

Os homens estão confundindo liberdade com libertinagem, e ainda vivem em espera de encontrar uma mocinha para abandonar a vida e viver ao lado dele, do super-herói. Eles falam que gostam de mulheres com atitudes, mas no fim eles ainda escolhem as que falam baixinho, se submetem aos desejos deles, as que não discutem e sempre esperam por eles para se sentir feliz na vida amorosa.

Eles ainda não entenderam que a mulher também pode gostar de sexo, ter vontade apenas de ficar com fulaninho porque ele tem pegada e não esperar que ele seja o seu príncipe encantado e que a salve do mundo cruel, porém mesmo com essa postura, as mulheres ainda preferem colocar os pingos nos “is”, são adeptas de um relacionamento aberto onde todos joguem limpo. E é aí que mora o problema, o homem age como se ela fosse única, sendo que na verdade ele sai como um grande idiota fanfarrão, afinal nenhuma mulher coerente cai nessa conversa.

Não é segredo para ninguém que enquanto as pessoas estão em fase de conhecimento, ambas as partes não se fecham um para o outro, mas isso também não abre espaço pra que a pessoa lhe trate apenas como objeto e lhe falte com respeito.

O que observo é que no fundo as relações representam bem a nossa sociedade de consumo, ou seja, eu fico com aquele bem até ele me satisfazer, e quando não der mais desapareço e tomo uma porção mágica para virar "gasparzinho", sem dizer um: “valeu, foi bom, adeus!”.

E essa postura infantil, imatura e desnecessária geralmente parte do homem, não estou sendo feminista, mas eles parecem que estão fazendo isso para se vingar pela emancipação da mulher. Nós estamos mais autônomas e partindo pra cima, expondo nossos desejos e gritando para o universo que também temos vozes e quereres nos relacionamentos. Não somos covardes, se estamos interessadas, partimos pra cima, se não, ligamos e acabamos com tudo independente do tipo da relação.

Não curto mulher que espera o homem definir sua vida e se faz de calma, só pra não perder a chance de ter uns beijos e amassos ou alguém pra dizer de “seu” (sendo que ninguém é propriedade de ninguém não é verdade?!). Se estiver insatisfeita levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima, mesmo que no meio de tudo isso, você corra o risco de levar um belo pé na bunda, mas o importante é que você não estará renunciando a você.

A cada dia que passa vocês (homens) estão mais frouxos e desorientados, com posturas inexplicáveis e que seria muito mais coerente se vocês jogassem as claras. Basta uma mulher ter atitude para encarar que vocês somem e dão o velho “zig” (perdido), desaparecem em questão de segundos, e eu pergunto: “Cadê a masculinidade? Onde se encontra a postura masculina?”.

Homens entendam que estamos mudando, e vocês também precisam mudar e ampliar os horizontes. Não queremos cafajestes, pelo contrário, estamos dispostas a viver relacionamentos sem cobranças, mas que exista a lealdade e a dignidade de dizer que chegou ao fim, mas que foi bacana e eterno enquanto durou.


* Foto: Reprodução.

segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O rei da balada!

Hoje o assunto foi o “Rei do Camarote”. Não sabe do que se trata? Pois bem, estamos falando de um homem de 39 anos que esbanja sua riqueza na noite paulista. O que tem de anormal nesse vídeo? Tudo e ao mesmo tempo nada.

Gostaria muito de entender por que as pessoas estão fazendo um caos sobre esse acontecido, afinal o que mais vemos nas redes sociais são os exibicionismos de felicidade e riqueza. Ninguém publica uma foto fazendo compras na 25 de março, mas coloca uma foto de um cafezinho no fim da tarde na Oscar Freire, ou seja, será que é só ele que vive ostentando por aí?

Não sei se ele é um personagem criado pelo próprio ou até mesmo pela revista Veja, mas se for, não foge de alguns perfis que vejo nas noitadas desse Brasil. Há muito tempo que observo como existem alguns que compram esses camarotes para atrair os olhares de todos, e se esbaldam na Veuve Clicqout embalados por uma trilha especial e muito “chupisco” (traz a bebida que pisca), e qual o intuito? Ser o rei da balada.

Geralmente esse comportamento é feito pelo público masculino, e por que será? Não sei a resposta concreta (é preciso de uma pesquisa mais profunda), mas acredito que estamos em um processo de mudança de comportamento da nossa sociedade, o papel do homem e da mulher vem se confundindo de diferentes maneiras, e para acompanhar essa transformação, as atitudes são repensadas.

Não estamos mais na era dos casamentos arranjados, mas as mulheres ainda procuram um “bom partido” e como identificá-los no meio da multidão? Através dos que esbanjam e são a riqueza. O que mais vejo é mulher querendo uma vida de luxo e que freqüenta ambientes desse perfil somente para arrumar um marido rico. E eles? Fazem borbulhas na noite para atrair esse tipo comum da Valdirene (personagem da Tatá Werneck na novela ‘Amor à vida’).

O “rei do camarote” nada mais é do que o reflexo de postura que a nossa sociedade geralmente aplaude e pratica. Ele não está sozinho nesse clube, como ele existem vários e que são aceitos, idolatrados e invejados SIM. O duro é ter que concordar quando ele diz: “Quem é que não queria andar com um carro bom, se vestir bem e ta no camarote cheio de mulheres bonitas e atraentes, bebendo das melhores bebidas?”, afinal vivemos em uma sociedade de consumo que acredita que a felicidade está ligada ao status e ao ter.


PS: Para os interessados em entender o que o rei prega é só conferir no vídeo abaixo: