Não
é segredo para ninguém que sou uma grande admiradora do trabalho que a psicanalista,
Regina Navarro Lins, desempenha em seus livros, entrevistas, podcast e rede
social. A obra titulada como, O Livro do Amor, é o mais novo livro da sexóloga.
Na
obra, que será lançada em agosto, Regina aborda o amor como uma invenção do
homem, sujeito a alterações de acordo a mudanças de costumes da sociedade. A
psicanalista acredita que o amor que vivemos hoje e que acreditamos, é o amor
romântico, que defende e incentiva a submissão emocional.
Segundo
Regina Navarro, na geração do amor romântico, a mulher não é educada para viver
de maneira satisfatória sozinha. A mulher pode ter seus planos profissionais
para o futuro, mas o sonho de um dia casar e viver o “feliz para sempre” é
alimentando desde criança.
Devido
à preparação para o lançamento desse novo trabalho, a escritora, decidiu
perguntar em seu facebook, o seguinte: “De que forma, O Livro do Amor, ao
abordar a história do Ocidente, pode contribuir para que as pessoas vivam
melhor?”
E
a minha resposta para essa pergunta é que cada ser humano tem uma maneira de amar e de demonstrar este
sentimento. O livro vai fazer
com que as pessoas confirmem que o amor vendido é uma construção e idealização
social.
Acredito que precisamos amar
uns aos outros, mas não tentarmos possuir uns aos outros. O amor não está ligado
à posse, já que o sentimento que a pessoa leva é dela e não do outro. Ninguém é
obrigado a amar a outra, pelo contrário, cada um deve amar da sua maneira, e
sempre respeitando o limite do outro e sem cobrar absolutamente nada em troca,
afinal se você dá todo dia esse amor é porque você quis.
Defendo a idéia de que é preciso desconstruir essa
maneira doentia de dependência, e de acreditar que quem ama depende do outro e
vive em função do outro, porque como disse anteriormente isso não é amor e sim
obsessão.
O
grande problema é que o homem vem sendo condicionado de que não existi diversas
maneiras de amar, porém, acredito que estamos vivendo um período de transição e
questionamentos de como o amor realmente é e como ele deve ser. Esses
questionamentos e mudanças são necessárias para a humanidade evoluir e viver o sentimento com muito mais liberdade,
conforto e tranqüilidade.
Existem
diversas maneiras de amar, não é preciso à dependência do outro e nem despejar
as suas idealizações e expectativas em cima do outro. As pessoas precisam entender que a felicidade
não está nas mãos do seu parceiro, e que é importante para o amor ter uma
relação de amizade e de liberdade sexual.
O
grande problema é que as pessoas criam uma dependência emocional e depositam no
outro a garantia de uma vida feliz e mais completa, o que leva a exigência, a
cobrança e ao desgaste da relação, afinal em vez de viver uma vida a dois
juntos, sem esquecer da vida que cada um leva separadamente, eles constroem uma
vida ÚNICA e EXCLUSIVA com o outro, esquecendo de respeitar a necessidade da
individualidade do casal.
Entendo
que isso acontece, porque muitas pessoas tentam suprir as suas carências no
outro, e é aquela velha conversa, se você não estiver bem com você, não vai ser
o relacionamento e a outra pessoa que vai te completar, aliás, não suporto quem
diz: “eu quero alguém que me complete”, em vez de dizer e acreditar nisso,
deve-se dizer “EU QUERO ALGUÉM QUE SOME, QUE ACRESCENTE”, porque não é no outro que você vai
encontrar o que falta em você.
Cada
um nasceu sozinho, vai morrer sozinho e deve aprender a trabalhar suas
angústias a sós, e não acreditar e alimentar que o amor será capaz de mover
todos esses problemas. O feliz para sempre só acontece, quando consideramos
justas todas as formas de amor e respeitamos a maneira de ser cada um e
entendemos que para o relacionamento dar certo, eu não preciso ser o outro e
nem ele precisa ser eu, o casal precisa juntos construir o nós, respeitando as
diferenças.
Eu
gosto e acredito que o amor ele é lindo, independente da forma como ele
acontece, e amo a canção de Lulu Santos, Todas as formas de amor, "E a gente vive junto, a gente se dá
bem. Não desejamos mal a quase ninguém. E a gente vai à luta, e conhece a dor.
CONSIDERAMOS JUSTA TODA FORMA DE AMOR”.
O amor é isso, é amizade,
sinceridade, cumplicidade, aprendizado, respeito e a felicidade de dois indivíduos
que vivem uma vida conjunta e sozinha.
Música: Toda a forma de amor.
Álbum: Lulu Santos ao vivo MTV.
Cantor: Lulu Santos.