sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Você acredita em conto de fadas?




O programa, Amor e sexo, da rede Globo, colocou em questão ontem se os pais devem ou não contar os famosos contos de fadas para as meninas da nossa geração.

E como era de se esperar a opinião que prevaleceu é que se deve realmente contar essas histórias de branca de neve, a bela adormecida e cinderela para as crianças contemporâneas.

Achei engraçado ver todo aquele espetáculo em cima da psicanalista e sexóloga, Regina Navarro, que defendia a idéia de que os contos de fadas são mensagens subliminares de perfil a ser seguido de como a mulher deve se comportar para conseguir o homem ideal e dos sonhos.

O que mais gosto nessas discussões é que muitos não entendem a posição da sexóloga, que se diz contra a essas histórias infantis por existir uma PADRONIZAÇÃO DOS RELACIONAMENTOS, ou seja, as pessoas são diferentes, com necessidades e desejos diferentes, sem esquecer, que vivemos no mundo real e que esse perfil de homem demonstrado nos contos de fadas não existe.

Acredito que cada um deve fazer o seu relacionamento como quiser desde que os dois envolvidos (o casal) estejam em comum acordo, e não um querendo e o outro não, mas o que não quer faz apenas para agradar o outro.

Na prática somos educadas desde crianças a estudar (hoje em dia) e a procurar homens com perfis categoria dos príncipes encantados relatados nas histórias, porém, como o nome já diz ENCANTO, e encanto tem prazo de validade, e isso acaba.

A realidade minha cara colega, é que vivemos na IDEALIZAÇÃO DO PARCEIRO, e ele não existe, porque a idealização é sua e não do universo e do homem. Não vamos encontrar ninguém perfeito e aprendemos sempre a procurar a perfeição transmitida subliminarmente nesses benditos contos de fadas.

Em uma análise rápida, podemos perceber que os homens são educados de maneira diferente das meninas. Eles sonham em ser os super-heróis, vencer e conquistar o mundo, enquanto as meninas sonham em ser uma princesa que não fala alto, não grita, vive a esperar o homem salva-la da vida medíocre que vive, e o mais interessante, a vida miserável das princesas são conseqüências de mulheres invejosas que desejam ter a beleza , educação e comportamento das princesas que são as escolhidas dos príncipes para se tornarem suas esposas.

Muitas mulheres se comportam como as mulheres que jogam a praga nas princesas, vivem na busca eterna de conseguir um namorado a todo custo, nem que para isso, precise se adequar ao perfil de princesa, como as irmãs emprestadas da Cinderela que fazem de tudo para que os pés encaixem e se moldem de forma perfeita no sapatinho de cristal.

Nos contos de fadas a mulher é frágil, bela e vive a espera de um casamento para deixá-la feliz para sempre. Já o príncipe encantado é um homem corajoso, bonito, rico, espirituoso, poderoso e desejado por todas as mulheres do reinado, criando a rivalidade e a inveja entre as mulheres.

Já nas histórias para os meninos o fim é bem diferente, eles terminam salvando o mundo, o que se assemelha, é que o super-herói tem o perfil parecido com o do príncipe encantado e que sempre tem uma bela mulher esperando por ele. Com isso as meninas inconscientemente aprendem que elas são as princesas e os meninos super-heróis.

Os homens crescem querendo conquistar o seu espaço no mundo, a vencer na vida. Já as mulheres crescem em busca do amor idealizado, do amor inexistente, e muitas chegam a viver eternamente em um mundo de conto de fadas, e esquecem que os contos não contam como é a vida depois de conseguir o príncipe encantado, já que ela acaba no “viveram felizes para sempre”.

As histórias não colocam a vida a dois, porque com toda certeza, após o fim para sempre deve ter panela voando, briga da mulher falando que o marido bebeu demais no happy hour e por aí segue a lista de dificuldades que se encontra em uma relação para viver a dois e que é normal, já que se trata de pessoas com educações e costumes diferentes e que precisam juntos construir o modelo de vida a dois.

Até hoje muitas mulheres ainda vivem a espera de encontrar o grande amor da sua vida, o príncipe encantado, um exemplo prático disso, é a virgindade, que para mulher é diferente do homem e por que isso acontece? Porque as criações e convenções que aprendemos ao longo de nossa formação influenciam de que a mulher deve esperar esse homem para entregar o seu corpo como se estivesse entregando a sua vida e alma.

Muitas meninas até chegam a ter suas frustrações por isso, porque acreditam ter encontrado o príncipe encantado e se entregam a ele, afinal o perfil idealizado pode não ser o encontrado e a expectativa acaba levando a frustração. As mulheres esquecem que para  acabar com essas dores e conseguir ter um relacionamento legal com alguém, ela deve assumir a vida, como ela é, além é claro, de diminuir a expectativa e trabalhar com a realidade. 

Não sou contra aos contos de fada, sou contra a essa idealização, a esse contexto que preza a padronização que faz com que as meninas se comportem de forma igual à princesa para conseguir o príncipe (o homem perfeito).

Eu, por exemplo, adoro histórias como: Shrek, A bela e a fera e Valente, porque eles já mudam um pouco o roteiro de perfeição, da procura do ideal, e da mulher que vive sonhando em se casar com o homem que vai lhe proteger e salvar. Pelo contrário, elas são perfis de heroínas que fogem da normalidade acontecendo assim à quebra de paradigma. 


* Click: Reprodução




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