quarta-feira, 13 de junho de 2012

12 de junho dia dos namorados ou dia do desespero dos solteiros?




Como todo ano, e desde que me conheço como gente, o dia de 12 de junho é o dia mais esperado por muitas pessoas. Os casais se preparam para demonstrar o carinho pelo outro, enquanto os solteiros ficam na loucura de arrumar alguém para não passar o dia sozinho.

E durante muito tempo, me questiono o motivo dessa necessidade de ter alguém ao lado para passar o dia 12. Por que as pessoas precisam ter alguém? Será que elas querem realmente de fato um relacionamento ou precisam disso para se sentir inserido dentro de um contexto social?

Os solteiros, quanto mais próximo do dia 12, mais desesperados ficam. O interessante é que o dia 12 de junho, nada mais é, do que uma data comercial como tantas outras, e o melhor, é que todos têm consciência disso, mas mesmo assim se deixam levar por essa busca incansável do alguém perfeito.

O dia 12 tem esse poder, porque vivemos em uma sociedade que valoriza a relação amorosa e a dependência a ela. Na cabeça da grande maioria, é muito difícil acreditar e aceitar que uma pessoa pode sim ser feliz sozinha, sem ter ninguém ao seu lado como parceiro amoroso.


Somos induzidos desde criança de que precisamos crescer, trabalhar e procurar constituir uma família, ou seja, precisamos ter uma relação amorosa para sermos felizes. É incrível como sempre deixamos a nossa felicidade na mão dos outros. A responsabilidade dela nunca é da gente e sim do outro, sempre dependemos de algo ou alguém para ser feliz.

Nunca estamos satisfeitos com nada e se estamos sozinhos, somos cobrados por familiares, amigos e conhecidos a procurar um relacionamento. Quando se escuta que uma pessoa não quer um relacionamento e que está muito bem obrigada solteira, toda a atenção é voltada para ela com um olhar assustado como se aquela pessoa fosse um extra terrestre infiltrado, alguém que quer sair como o moderninho da turma ou até mesmo um falso auto suficiente.

O dia dos namorados, nada mais é, do que a representação social dessa cobrança. Os solteiros se cobram a procurar um relacionamento, nem que seja só para um dia, para não se sentir um peixinho fora d’água e os casais vivem um amor completamente exacerbado que durante os outros 364 dias do ano, ninguém consegue perceber a importância que um tem na vida do outro.

Confesso que na visão de publicitária, reconheço o poder e a importância da data e sou totalmente a favor que ela exista para movimentar a economia, mas como Lorena pessoa, esquecendo o lado profissional, acredito que o dia dos namorados não deveria ser tão voltado ao ter e sim ao ser e sentir, deveria ser o dia do amor e não da representação do amor com bens materiais imensos e troca de presentes.

Há um tempo, comentei esse meu ponto de vista com alguns amigos, e eles falaram que eu era radical e falava isso, porque estava solteira, mas não é esse o motivo, falo porque observo que se um namorado só quiser ficar com a namorada, não mandar flores e/ou escreva um cartão, a mulher começa a problematizar dizendo que ele não gosta dela, dando inicio a um grande drama digno de novela mexicana.

Esse exemplo é a maior prova de que o ter é muito mais importante que o ser. A grande maioria, não quer passar o dia dos namorados apenas sentindo a presença do outro, sem precisar de todo um carnaval de provas para comprovar um sentimento, ela se sentem amadas por receber um bem material que sirva como exemplo da demonstração do amor.


Enfim, quem sou eu para julgar a forma de amar de cada um não é verdade? O que importa é que o dia 12 já se foi e levou com ele todo o drama dos solteiros e a demonstração pública de sentimento dos casais aparentemente apaixonados.

* Foto: Reprodução

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