segunda-feira, 30 de julho de 2012

Desconstruindo a beleza!





Quando falamos de beleza, logo se imagina alguém que seja considerado perfeito, ou seja, um conjunto atraente. Ser bonito é legal, mas as pessoas fazem confusão com o que de fato é belo.

No dicionário uma das definições do belo é o que vem da beleza, que satisfaz cabalmente os nossos desejos ou prazeres. Porém, na visão do filósofo grego, Platão, para ser belo as partes deveriam se agrupar de modo coerente.

Mas como seria esse modo coerente? Como deve ser essa beleza? Já que o padrão de beleza vem se transformando com o tempo? Observe que na renascença, o sucesso era por conta das gordinhas. Já na década de 1920, as beldades eram as mulheres de olhos imensos.

E hoje como fica esse perfil? Quais são os atributos valorizados na beleza do mundo contemporâneo? Na sociedade atual, o físico é muito valorizado, e como disse a antropóloga, Mirian Goldenberg, “a beleza é uma construção do homem”.

O que acho interessante é que o ditado “a beleza está nos olhos de quem vê” realmente se faz presente na atualidade, afinal o que antes considerado feio, hoje se torna belo e amanhã o que não se via com tanto brilho e interesse, pode ser muito mais atraente e interessante do que antes.

A evolução nos faz acreditar que hoje só é feio quem quer, o que não deixa de ser verdade. As oportunidades da beleza estão para todos, mas a forma como essa beleza é percebida, é que se diferencia de acordo a cada indivíduo.

Se pararmos para observar, o perfil estético, ele acaba sofrendo mudanças e adaptações de acordo a realidade, desejos e interesses de determinada sociedade e período.

Hoje o perfil idealizado por muitas mulheres, é o corpo perfeito que se consegue através de tratamentos estéticos caríssimos e de horas de academia, porém essa perfeição é inexistente. Toda mulher por mais envolvida com essa parafernália tecnológica da estética, não vai deixar de ter celulite, não vai deixar de ter estria e não vai deixar de envelhecer.

O que a indústria do consumo feminino mais deseja e vende é  exatamente isso, que todas se preocupem com a aparência física, se concentrem cada vez mais no belo estabelecido por alguém que nem sabemos ao certo quem foi.

Quem disse que para ser belo é preciso ser magro, ter cabelo grande, ser moreno, ter os olhos claros e ser alto? Pois é, não sei. E o melhor é que aceitamos isso sem pensar que sou EU quem deve decidir o belo da minha vida.

Não quero dizer que ninguém deve deixar de se cuidar e não consumir produtos de estética, pelo contrário, defendo a idéia de que se deve existir o cuidado com o seu bem estar, mas que ele não seja apenas concentrado no físico e que ele se faça presente também no mental.


O maior problema é que a grande maioria investe na embalagem e esquece de fato do produto, ou seja, investe na aparência física, quer chegar a maior perfeição, sendo que essa perfeição externa é discutível e adaptável com o passar do tempo.

A vida não é só estética, ela vai muito além disso, e a beleza é apenas a embalagem de um produto chamado personalidade. Não vou ser hipócrita em dizer que a beleza não atrai a primeiro impacto, lógico que ela atrai, mas se o conteúdo não for bom e o produto não me agradar e não for deliciosamente o esperado para suprir o meu desejo intelectual e humanitário, eu só irei provar e depois como tudo que não agrada, irei jogar no lixo.

É por isso que questiono do que adianta tanta beleza, se não existe conteúdo a não ser malhar, falar de homem ou querer chamar a atenção de todos por apenas ter uma linda embalagem? De embalagem bonita e cada vez mais artificial o mercado está cheio, mas de produto de qualidade com data de vencimento estendida, é o que o mercado está absurdamente em falta.

Finalizo utilizando alguns pensamentos do jornalista, Ivan Martins, em uma de suas coluna da revista, Época, Claro que gente bonita é mais atraente, mas há 600 mil maneiras de ser atraente que não passam pela padronização da beleza.", porém o mais importante é viver bem, se cuidar para envelhecer com saúde, porque isso é o essencial da experiência de estar vivo, afinal "o corpo é a alegria dos pobres", então não seja mais um pobre sem objetivo.


* Click: Reprodução


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